As exportações do Brasil para os Estados Unidos
somaram US$ 2,6 bilhões em setembro de 2025, queda de 20% em relação ao mesmo
mês de 2024 (US$ 3,2 bilhões), segundo levantamento com base nos dados do
comércio exterior. Foi o segundo mês de impacto direto do tarifaço imposto pelo
presidente americano Donald Trump sobre produtos brasileiros.
Ao todo, 742 municípios brasileiros registraram
queda nas vendas aos EUA. Desses, 265 cidades que haviam exportado em setembro
de 2024 não venderam nada em setembro deste ano.
Os produtos mais afetados foram carne bovina, ferro
fundido, açúcares de cana, café não torrado, madeira e armas — todos incluídos
nas novas tarifas, que chegam a 50%.
O Rio de Janeiro (RJ) liderou as perdas, com queda
de 22% e redução de US$ 62,2 bilhões no faturamento, principalmente nas
exportações de ferro e aço, que já vinham sendo taxadas desde julho.
Outros municípios fortemente impactados incluem:
- Confins
(MG) – exportações praticamente zeradas após queda nas vendas de
aeronaves;
- Sete
Lagoas (MG) – prejuízo ligado ao setor de ferro e aço;
- Ribeirão
Pires (SP) – redução nas exportações de armas e munições;
- Imperatriz
(MA) – queda nas vendas de pastas de madeira;
- Joinville
(SC) – impacto nas exportações de máquinas e equipamentos;
- Araxá
(MG) – prejuízo nas vendas de café.
Segundo Constanza Negri, gerente de Comércio e
Integração Internacional da CNI, o tarifaço já tornou inviável a continuidade
das exportações em alguns setores:
“Existem empresas em várias regiões do país para as
quais as tarifas se tornaram proibitivas”, afirma.
Negri explica que setores como carne e café
conseguem redirecionar exportações mais facilmente, mas indústrias de bens
sofisticados, como máquinas e equipamentos, enfrentam dificuldades:
“Esses produtos são feitos sob medida para o mercado
americano, e as tarifas de 50% tornaram a operação inviável.”
Em julho, quando o tarifaço foi anunciado, 906
municípios estavam sob risco direto. Agora, com os números consolidados de
setembro, os efeitos já são visíveis em todo o país — especialmente nas regiões
dependentes de commodities e produtos manufaturados destinados aos Estados
Unidos.
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