A Venezuela vem realizando
ao longo dos últimos dias uma jornada de treinamento militar nas ruas para
preparar civis diante de uma eventual agressão dos Estados Unidos. O movimento
ocorre após o presidente norte-americano Donald Trump ameaçar Caracas com
consequências “incalculáveis” caso o país não aceite o retorno de imigrantes
deportados.
Em Caracas, o Exército
mobilizou cerca de 25 blindados e pequenos grupos de civis receberam instruções
sobre uso de armas e o chamado “Método Tático de Resistência Revolucionária
(MTRR)”, que inclui técnicas de camuflagem, defesa pessoal, primeiros socorros
e orientações ideológicas. A iniciativa, no entanto, teve adesão menor que a
esperada.
Além das atividades em
terra, embarcações da Marinha e de pescadores participaram de manobras na costa
venezuelana. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, classificou o dia
como “um marco da revolução militar construída entre povo e Forças Armadas”.
As tensões aumentam após
os EUA mobilizarem, há quase um mês, oito navios de guerra no Caribe sob a
justificativa de combater o narcotráfico. Washington afirma já ter destruído
três embarcações de supostos traficantes em águas próximas ao território
venezuelano, com um saldo de 14 mortos. Caracas, por sua vez, acusa os EUA de
tentarem impor uma “mudança de regime” para explorar petróleo e outros recursos
naturais.
Neste sábado, Trump
reforçou a pressão exigindo que a Venezuela aceite imediatamente imigrantes
deportados, incluindo presos e pessoas internadas em instituições
psiquiátricas. Caso contrário, disse, “o preço será incalculável”.
Apesar da ruptura
diplomática em 2019, a questão migratória ainda mantém canais de diálogo entre
os dois países. Em meio ao aumento das tensões, o canal oficial de Nicolás
Maduro no YouTube foi retirado do ar na sexta-feira, segundo a Telesur, sem
explicação da plataforma. O governo venezuelano não se pronunciou.
Com informações da AFP
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