O Governo do Rio Grande do Norte estima arrecadar R$
25 milhões em 2026 com a Loteria Estadual (LOTERN), regulamentada pelo Decreto
nº 34.840/2025, publicado no Diário Oficial em 27 de agosto. A medida
estabelece regras para credenciamento, funcionamento e fiscalização do novo
serviço público que será operado sob a supervisão da Secretaria de Estado da
Fazenda (Sefaz). O modelo segue parâmetros da legislação federal e permitirá
apostas em modalidades tradicionais e digitais, incluindo concursos numéricos,
prognósticos esportivos e apostas de cota fixa. A publicação do edital para as
empresas interessadas deve ocorrer até o final do ano.
A regulamentação determina como serão aplicadas as contrapartidas financeiras das empresas credenciadas. Segundo a coordenadora da Loteria Estadual, Jucielly Lima Ivo, será necessário cumprir requisitos e é preciso que as empresas se organizem tecnicamente para as exigências. “Em contrapartida à autorização do estado para exploração do serviço público da loteria, haverá o pagamento da outorga fixa e variável. A previsão é que o pagamento da outorga fixa seja recolhido no ato de credenciamento e a outorga variável após o início da operação”, explica.
O decreto prevê que os produtos lotéricos sejam oferecidos tanto em canais
físicos quanto digitais, permitindo ao apostador adquirir bilhetes impressos ou
apostar via plataformas on-line. O texto também determina a obrigatoriedade de
práticas de “jogo responsável”, como ferramentas de autoexclusão, campanhas
educativas e proibição da participação de menores de 18 anos. Empresas
interessadas deverão comprovar idoneidade, capacidade técnica e financeira, além
de adotar sistemas de controle antifraude e mecanismos de prevenção à lavagem
de dinheiro.
Na avaliação da secretária executiva da Receita, Jane Araújo, o novo marco
normativo vai além da arrecadação. “A regulamentação da loteria é de suma
importância no âmbito do Estado. Além de estabelecer as regras de como será
explorado esse serviço público, ela também estabelecerá os critérios para que
os operadores adotem medidas de práticas de jogo responsável, para que a
sociedade realmente saiba usufruir deste entretenimento de forma segura e
legal”, afirma.
A coordenadora Jucielly Lima ressalta ainda que a preocupação com
responsabilidade social é central na implementação do novo serviço. “Na
aplicação desses conceitos, haverá a disponibilização de ferramentas de
autoexclusão e lista de impedidos. A Secretaria também já iniciou a elaboração
de uma campanha de conscientização, para que o jogo seja entendido como
diversão, e não como forma de alcançar renda extra ou reaver perdas
monetárias”, explica.
O decreto institui ainda a criação de um Fundo Estadual da Loteria, para onde
serão revertidos os valores de prêmios não reclamados no prazo de 90 dias. As
apostas físicas ou virtuais deverão ser registradas apenas em canais
autorizados, e os operadores ficam proibidos de conceder créditos ou
bonificações antecipadas aos apostadores. Também há restrições específicas para
participação de atletas, dirigentes esportivos e servidores públicos ligados à
fiscalização.
“Neste momento, a coordenadoria da loteria está dedicada à regulamentação e
regularização do setor. Estamos debruçados nos normativos que vão credenciar as
empresas interessadas em explorar as modalidades lotéricas, e também elaborando
as normas dos editais”, finaliza Jucielly Lima, coordenadora da Loteria Estadual.
Além de criar uma nova fonte de receita não tributária, o Governo do Estado
pretende direcionar parte dos recursos obtidos com a LOTERN para áreas sociais,
como saúde, educação e segurança. A exploração ocorrerá em regime de livre
concorrência, com o objetivo de promover a satisfação dos jogadores e garantir
a qualidade dos serviços oferecidos, conforme o texto do decreto.
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