A governadora Fátima Bezerra (PT) chega ao último
ano de mandato enfrentando forte desgaste popular. Pesquisa realizada pela
Exatus entre os dias 18 e 21 de setembro mostra que 66,6% dos potiguares
desaprovam a gestão estadual, enquanto apenas 23,3% afirmam aprovar. Outros
10,2% não souberam responder. O levantamento ouviu 2.029 eleitores em todas as
regiões do Rio Grande do Norte, com margem de erro de 2,19 pontos percentuais e
nível de confiança de 95%.
Os números confirmam o cenário difícil para a base
governista a doze meses da eleição de 2026. Com a impossibilidade de disputar a
reeleição, Fátima precisa transferir votos para um sucessor, mas a baixa
aprovação inviabiliza a tarefa. O secretário Cadu Xavier (PT), principal nome
ligado ao governo, aparece em cenários de intenção de voto para o Executivo
estadual com índices que variam entre 4% e 7%, muito abaixo dos líderes. Walter
Alves (MDB), aliado histórico, também não passa de 4% quando incluído na
disputa.
O levantamento da Exatus também revela que a
rejeição à governadora é mais acentuada em áreas urbanas. Em Natal, apenas 16%
aprovam a gestão, enquanto 78% declaram desaprovação. Na Região Metropolitana,
a situação é parecida. No interior, especialmente no Alto Oeste, Fátima
encontra maior apoio, chegando a 46% de aprovação, mas o índice não é
suficiente para equilibrar a avaliação geral.
A pesquisa integra um conjunto de levantamentos que
avaliaram intenções de voto para governo, Senado e presidência em 2026. O contraste
entre a desaprovação de Fátima e o desempenho de outros nomes chama atenção. O
prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), lidera todos os cenários
para o governo do estado, alcançando até 46% das intenções. No Senado, o
favorito é Styvenson Valentim (PSDB), com 35,3% na primeira opção e 17,4% na
segunda, números que confirmam o espaço ocupado por candidatos de oposição.
Ao longo dos últimos anos, a governadora construiu
trajetória nacional como liderança do PT e como única mulher a governar um
estado do Nordeste neste momento. Eleita em 2018 e reeleita em 2022, Fátima
terá de administrar agora o desafio de encerrar a gestão com altos índices de
desaprovação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário