A CPI do INSS aprovou, nesta quinta-feira, um
requerimento de informação que abre o sigilo sobre as pessoas que tinham
procuração para atuar em nome do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força
Sindical (Sindnapi), entre os anos de 2015 e 2023. A entidade tem como
vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o requerimento, parlamentares esperam
detectar se houve envolvimento do parente do presidente com o esquema de
fraudes em descontos de aposentados.
Na sessão desta quinta-feira, o presidente da CPI,
senador Carlos Viana (Podemos-MG), também informou ter pedido à Polícia Legislativa
a intimação de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do
INSS”. Ele é apontado como operador central, responsável por intermediar as
relações entre associações fraudulentas e servidores públicos. Relatórios da PF
indicam que Antunes movimentou R$ 53 milhões em valores oriundos de entidades
sindicais e empresas relacionadas, muito acima da renda mensal de R$ 24 mil que
declarava oficialmente. Convocado para depor, ele não respondeu aos contatos do
colegiado. A ordem de intimação policial também é válida para o empresário
Maurício Camisotti.
Os dois tiveram suas prisões preventivas e quebra de
sigilo solicitadas pela CPI ao INSS, na última segunda-feira, junto a outros 19
suspeitos. Carlos Viana disse que a necessidade se dá "diante da
possibilidade de fuga dessas pessoas do Brasil".
A CPI já tem confirmados os depoimentos, na próxima
semana, os depoimentos de dois ex-ministros da Previdência. Um dos principais
alvos, o ex-ministro Carlos Lupi (PDT) vai prestar depoimento ao colegiado na
próxima segunda-feira (8). O escândalo dos descontos indevidos levou à demissão
de Lupi do comando da pasta, em maio. Antes, ele se viu desautorizado
publicamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando foi
anunciada a demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A
decisão não foi comunicada previamente ao ex-ministro. Na quinta, quem será
ouvido é o ex-ministro da Previdência durante o governo de Jair Bolsonaro (PL),
José Carlos Oliveira.
O Globo
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