O conselheiro do presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, Jason Miller, voltou a atacar o ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta terça-feira (9/9). O comentário foi
publicado na rede social X, logo após Moraes votar pela condenação do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no julgamento da chamada trama golpista.
“@STF_oficial @AlexandredeMoraes está mostrando por
que ELE – e ninguém mais – é a maior ameaça à democracia no Hemisfério
Ocidental. Moraes é um gangster de terceira categoria determinado a usar a
guerra jurídica política para manter o Presidente @jairbolsonaro fora das
urnas”, escreveu Miller, usando a hashtag #LibertemBolsonaro.
A mensagem foi publicada em resposta a um post do
deputado Gustavo Gayer (PL), que escreveu: “Sabe aquela reunião na qual
Bolsonaro falou que não queria ver o Brasil virando uma ditadura? Então… Moraes
diz que Bolsonaro estava ali planejando tornar o Brasil uma ditadura. SOMOS
TODOS BOLSONARO”.
No mesmo dia, Miller já havia voltado às redes
sociais para questionar o julgamento da suposta trama golpista, classificando-o
como um “SISTEMA MANIPULADO!!!”.
Voto de Moraes
Nesta terça-feira, o relator do caso, Moraes votou
pela condenação de Bolsonaro e de outros sete réus apontados pela
Procuradoria-Geral da República como integrantes do núcleo central da suposta
tentativa de golpe. Em mais de cinco horas de leitura, o ministro descreveu,
com documentos e organogramas, o papel do ex-presidente como líder da
organização criminosa.
“Esse julgamento não discute se houve ou não
tentativa de golpe (…). O que se discute é a autoria. Não há nenhuma dúvida
nessas condenações de que houve tentativa de golpe, que houve organização
criminosa”, afirmou.
Escalada de críticas
As declarações de Miller fazem parte de uma série de
ataques de integrantes ligados ao governo Trump contra Moraes. Nessa
segunda-feira (8/9), um dia depois do feriado da Independência do Brasil,
Darren Beattie, subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado,
também criticou o ministro.
Em rede social, Beattie escreveu: “Foi um lembrete
do nosso compromisso de apoiar o povo brasileiro (…). Em nome do ministro
Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas
liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”.
Dias antes, Beattie se reuniu em Washington com o
deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Paulo Figueiredo e Ricardo Pita,
conselheiro sênior para o Hemisfério Ocidental. Segundo relatos, o encontro
abordou o projeto de anistia a Bolsonaro no Congresso Nacional.
Miller, por sua vez, já havia chamado Moraes de
“ditador” e usado a expressão “sistema manipulado” para se referir ao
julgamento no STF. No início do mês, ele chegou a dizer que os EUA “não
negociam com terroristas” em resposta a falas do magistrado sobre soberania
nacional.
Metrópoles
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