A conta de luz do brasileiro deve pesar mais no
bolso em 2025. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevou de 3,5%
para 6,3% a projeção de reajuste médio das tarifas neste ano, segundo dados
divulgados nesta segunda-feira, 11, no boletim trimestral de tarifas. O índice,
que supera as projeções atuais para a inflação, reflete principalmente o
aumento de gastos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial
que financia políticas públicas e subsídios no setor elétrico, como descontos
para irrigação, energia de fontes renováveis e programas de universalização do
serviço.
Em julho, a Aneel aprovou um orçamento de R$
49,2 bilhões para a CDE em 2025, dos quais R$ 46,8 bilhões serão repassados
diretamente aos consumidores por meio das tarifas. O montante é R$ 8,6 bilhões
maior que o cálculo inicial apresentado pela área técnica no início do ano.
Parte da diferença se deve à devolução menor que o previsto de créditos
tributários de PIS/Cofins cobrados indevidamente pelas distribuidoras no
passado.
A CDE é uma das principais engrenagens ocultas
na formação da conta de luz. Embora pouco conhecida do público, a despesa é
inevitavelmente diluída nas faturas de todos os consumidores. A expansão do
orçamento, neste caso, tem efeito imediato sobre as tarifas.
Além da pressão dos encargos, o cenário
hidrológico ainda impõe custo adicional. A Aneel projeta que as bandeiras
tarifárias devem permanecer acionadas até o fim do período seco, que se estende
até novembro. Atualmente, vigora a bandeira vermelha patamar 2, a mais cara,
que acrescenta R$ 9,79 a cada 100 kWh consumidos. A expectativa é de retorno à
bandeira verde apenas em dezembro, com a chegada do período úmido e a
recuperação dos níveis dos reservatórios.
O aumento das tarifas de energia elétrica é um fator
de atenção para a política econômica. A elevação é superior a expectativa para
a inflação, projetada em 5,05% pelo BC, segundo Boletim Focus divulgado nesta
segunda-feira,11. Além de impactar diretamente o orçamento das famílias, pode
pressionar o índice de preços ao consumidor, exigindo vigilância adicional
do Banco Central no controle da inflação.
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