A trajetória da dívida pública bruta do governo
federal (ou DBGG, como é chamada nos relatórios públicos) poderá atingir um
pico em 2028 — com o valor correspondendo a 84,3% do Produto Interno Bruto
(PIB). É o que mostra o Relatório de Projeções Fiscais, divulgado pelo Tesouro
Nacional neste mês.
Para analistas ouvidos pela CNN, os números
sinalizam que a dívida pública está fora de controle, e que as atuais regras
são “insustentáveis” para conter o agravamento da situação fiscal.
Em entrevista à CNN, o economista Reginaldo
Nogueira, diretor nacional do Ibmec, afirmou que, pelo andar da carruagem
fiscal, o país está chegando a um ponto em que a reversão saudável dessa
porcentagem será impossível: “O Brasil está ficando sem tempo. […] Nossa dívida
está muito maior do que conseguimos carregar”.
Em maio deste ano, a agência de classificação de
risco Moody’s rebaixou a perspectiva da nota de crédito do Brasil de “positiva”
para “estável”. De acordo com a agência, o rebaixamento da perspectiva se devia
a três fatores: progresso mais lento que o esperado nas reformas estruturais,
rigidez dos gastos públicos e, veja só: preocupação com a capacidade de
pagamento da dívida.
Para Marcos Pestana, diretor-executivo da IFI
(Instituição Fiscal Independente do Senado), o cenário caminha um
estrangulamento absoluto em 2027. “100% do orçamento da receita disponível será
tomado por despesas obrigatórias. Não haverá nenhuma margem para
discricionariedade”.
CNN Brasil
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