O relatório do Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf) que expôs detalhes de uma movimentação de R$ 30,5 milhões em
contas de Jair Bolsonaro (PL), entre 2023 e 2024, levou a Polícia Federal a
concluir que não havia irregularidades capazes de resultar em indiciamento do
ex-presidente da República por eventuais crimes financeiros.
O documento revelado pela imprensa nesta
quinta-feira (21) mostra que 63% do montante milionário vieram de 1,2 milhão de
doações via pix, totalizando R$ 19,2 milhões, após o ex-presidente ter sido
objeto de campanha de ajuda de apoiadores para pagar multas judiciais. E outros
R$ 8,5 milhões que integram os valores recebidos por Bolsonaro tiveram origem
em resgates de investimentos em renda fixa (CDB/RDB).
O detalhamento do Relatório de Inteligência
Financeira (RIF) do Coaf foi analisado pela PF, no âmbito do inquérito que
tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a atuação do ex-presidente e
de seu filho e deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em busca de sanções dos
Estados Unidos contra o Brasil.
A apuração das transações chegou a ser justificada
pelo fato de o relatório do Coaf reunir dados relativos a operações financeiras
com “suspeitas de serem ocorrências de lavagem de dinheiro e outros ilícitos”.
Mas o fato é que a Polícia Federal não indiciou Bolsonaro em relação a estes
tipos penais, no relatório final do inquérito, que resultou nos indiciamentos
apenas por suspeitas de supostos crimes de coação no curso do processo e
abolição do Estado Democrático de Direito.
O documento ainda pode ser usado para aprofundar
apurações das transações financeiras, pela própria PF ou outros órgãos de
controle.
Diário do Poder
Veja a planilha que consta no relatório da PF:
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