quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Inflação acumulada em Natal atinge 4,36% em junho

 


A inflação acumulada em Natal entre junho de 2024 e junho de 2025 atingiu 4,36%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Os dados foram levantados pelo Observatório da Indústria do Rio Grande do Norte (Mais RN/Fiern). Em junho, a inflação teve variação de 0,05% na capital. Considerando o Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA), a variação acumulada no Brasil no período foi de 5,35%.

Entre os setores mais impactados, o de transportes foi o que apresentou a maior alta no mês, com variação de 1,06%. Segundo o economista João Lucas Dias, da equipe do Observatório da Indústria Mais RN, esse aumento interrompe uma sequência de duas deflações registradas em maio de 2025 (-0,16%) e abril de 2025 (-1,19%). “No acumulado de 12 meses, o setor soma alta de 9,11%, bem acima dos 4,36% do IPCA. O grupo inclui gastos com transporte público, combustíveis, manutenção de veículos, passagens aéreas e toda a logística do Estado. Vale ressaltar que o peso do transporte no IPC é de 12,7%, o que o torna um importante componente do índice”, analisa.

Já o grupo de habitação registrou a maior queda do mês, de -1,68%. De acordo com o economista, a redução ocorre após três meses consecutivos de alta: maio de 2025 (0,98%), abril de 2025 (0,75%) e fevereiro de 2025 (0,36%). No acumulado de 12 meses, o setor apresenta variação de 3,88%, abaixo do índice geral de 4,36%. “Esse grupo contempla despesas cotidianas do cidadão, como aluguel, condomínio, energia elétrica e água, entre outros. Com peso de 13,6% no IPC, a é o segundo grupo com maior impacto na inflação do município de Natal, ficando atrás apenas do grupo de alimentos”, cita.

Na avaliação do economista e ex-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-RN), Helder Cavalcanti, o anúncio das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil pode estar associado ao comportamento da inflação em Natal e no Brasil.

“Isso gera na economia toda uma expectativa, uma preocupação que se reflete nos preços. Quem tinha sua produção para colocar no mercado teve uma certa temeridade e uma paralisação. Isso tudo gera uma maior oferta dos produtos para o mercado interno, refletindo numa queda nos preços. Por outro lado, para aqueles que já tenham mercados mais garantidos, há um volume de produção maior destinado para exportação. Isso é claramente notado quando olhamos habitação, que teve uma queda, porque há uma expectativa de não ter impacto disso de maneira significativa. Então a tendência é que haja uma estabilização nesse aspecto”, explica.

Ainda segundo o economista Helder Cavalcanti, alguns produtos que no momento inicial não tenham mercado externo poderão ser alocados para o mercado interno, como a carne. “Num primeiro momento vai ter uma oferta maior no mercado interno, embora o próprio abate do bovino vai acontecer lá na frente num processo inverso: diminuindo-se a oferta, porque aquelas pessoas que trabalham nesse segmento, os frigoríficos, vão reter a produção, então há um comportamento que vai depender de como a balança comercial vai se comportar, se vão surgir novos players”, acrescenta.

Além do item habitação, também registraram queda nos preços no mês de junho passado os artigos de residência (-1,47%), vestuário (-0,30%) e educação (-0,15%). Em contrapartida, além do item transportes, também experimentaram alta em junho os grupos alimentos e bebidas (0,68%), despesas pessoais (0,41%), saúde e cuidados pessoais (0,23%) e comunicação (0,14%).

Perspectivas
Segundo o economista João Lucas Dias, a variação de 0,05% do IPC registrada em junho é a menor do ano e também a menor desde agosto de 2023, quando ocorreu uma deflação de -0,14%.

“Em relação às expectativas, é possível utilizar como referência o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, que apresenta as projeções para o IPCA nacional para final do ano. Embora se trate de um índice em âmbito nacional, vale o exercício de comparação. Na edição de 8 de agosto de 2025, a previsão era de que o ano encerrasse com uma inflação de 5,05%. Atualmente, o IPCA de julho de 2025 está em 5,23%, portanto acima dessa expectativa, enquanto o IPC de Natal, em junho de 2025, registrou 4,36%. Considerando o cenário nacional, as projeções apontam para um movimento de alta na inflação”, finaliza.

Para consumidores, a ida às compras tem sido desafiadora na busca pelos melhores produtos e preços. Segundo o administrador André Cavalcante, 35 anos, itens como carne e ovo são os mais altos, na avaliação dele. “A alta dos preços oscilam muito e só temos noção quando vamos no supermercado, sem a certeza de encontrar o mesmo preço. Isso afeta o planejamento”, disse. “É pesquisar e buscar o melhor preço. Mas quando não tem jeito, tem que levar”, apontou.

Números

5,35% – Foi o IPCA (índice nacional) acumulado no Brasil de junho de 2024 a junho de 2025

3,88% – Foi a alta acumulada registrada em 12 meses no grupo de habitação no RN

 

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