A bancada da oposição na Assembleia Legislativa já
fala em derrubar o único veto do Executivo à Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO) de 2026, com a exclusão do artigo 23, que obrigava o Governo do Estado a
pagar 50% das emendas parlamentares até 30 de junho e o restante até 30 de
novembro do próximo ano.
Relator da matéria na Comissão de Finanças e
Fiscalização (CFF) da Casa, o deputado estadual José Dias (PL) afirmou que sua
aprovação em plenário por uma “grande maioria”, no dia 10 de julho, tinha uma
finalidade – “ evitar a imoralidade que está acontecendo”, da governadora
fatiar a liberação das emendas do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2025 entre
os 24 deputados estaduais: “Ela só só liberou 300 mil reais das emendas que
apresentei e liberou R$ 120 mil do deputado Adjunto Dias para o Carnaval de Caicó,
porque ela foi participar e para alguns deputados liberou mais de R$ 2,5
milhões”.
José Dias disse acreditar que “ se a Assembleia
quiser e tiver consciência de que as coisas não podem ficar desse jeito, tem
que derrubar o veto, é impossível você imaginar que essa situação perdure”.
Para Dias, a derrubada do veto “além de ser uma
coisa extremamente justa e correta, correta, é também uma afirmação de que a
Assembleia tem responsabilidade de representar o povo”.
Já o deputado estadual Coronel Azevedo (PL) comentou
na sessão ordinária da quarta-feira (6), que “o PT tem usado muito e propagado
muito repetidamente o termo orçamento participativo. Não existe no Brasil
orçamento mais participativo do que o pagamento de emendas parlamentares, que o
povo elegeu”.
Coronel Azevedo destacou que a bancada do PT votou
contra a emenda nº 4 que redefiniu o artigo 23, que no texto original do
projeto de lei enviado em maio à deliberação da Assembleia, dava prerrogativa
ao governo Fátima Bezerra (PT) de “regulamentar os procedimentos e prazos” para
a liberação das emendas de deputados.
“O pagamento de emendas parlamentares é dever
constitucional, vamos derrubar esse veto para manter o cronograma de emendas”,
garantiu Azevedo.
Derrubada
O deputado estadual Tomba Farias (PL) alinhou-se ao pronunciamento do
companheiro de partido sobre “a importância que tem da derrubada desse veto”,
porque a Governadora deve deixar o cargo em abril, “mas o pagamento de emendas
vai ser muito pequeno, até porque vai ser um período eleitoral. Então, a
Governadora podia sair por cima, dizer, não, esse ano eu vou fechar com chave
de ouro, vou pagar as emendas dos deputados ara ajudar os municípios municípios
que estão passando por dificuldades”.
O deputado Adjuto Dias (MDB) disse que “é o lanterninha”
em liberação de emendas, assim mesmo no valor de R$ 120 mil para o Carnaval do
Caicó: “Eu nunca pedi prioridade para o pagamento da emenda do Carnaval, das
prioridades que eu elenquei, nenhuma foi paga”.
Adjuto Dias questionou o governo se essa discriminação
na liberação das emendas dele e de outros deputados deviam-se às críticas por
má gestão do Governo do Estado. “Por qual razão o governo está tendo essa
atitude? Porque denunciei 35 pacientes nas macas no Walfredo Gugel? Ou é porque
eu fui lá na escola de Caicó, que faz dois anos, completou dois anos, com a
reforma que não acontece e ninguém faz nada?”
Para Adjuto Dias, “se o governo pensa que vai nos
intimidar com relação a travar as nossas emendas, não vou parar com o meu
trabalho, porque é o que está incomodando o Governo”.
Então, finalizou Adjuto, “deixo esse recado para o
governo do Estado e espero que trate as emendas parlamentares com a seriedade e
responsabilidade que deve tratar”, porque “quem sofre é o povo” com emendas não
pagas de R$ 100 mil para o Hospital Varela Santiago e o Hospital Regional do
Seridó, que “até hoje não teve sua mobília trocada, porque o governo do Estado
não paga emenda parlamentar”.
Lanterna
Enquanto exercia a presidência da mesa dos trabalhos, o deputado estadual
Taveira Júnior (União) arrancou risos do plenário e das galerias ao dizer que o
“lanterninha” na liberação de emendas era ele e não Adjuto Dias. “Eu não recebi
foi nada, mas quem sofre é a população do Estado”, disse.
O líder do governo na Casa, Francisco do PT,
destacou uma possível inconstitucionalidade da proposta apresentada uma vez
que, segundo explicação do parlamentar, para a emenda ser posta em prática,
seria preciso alterar a Constituição Estadual. A emenda foi aprovada pelos
deputados.
Em relação a uma possível derrubada do veto isolado
à Lei nº 12.369, sancionada na segunda-feira (4) pelo Executivo, o líder do
Governo, deputado Francisco do PT, disse que “primeiro é necessário aguardar o
veto chegar ao parlamento para que seja incluído na ordem do dia para
apreciação”.
Depois, argumentou Francisco do PT, “é fundamental
levar em conta dispositivos da Constituição Federal e da Constituição Estadual
que regulamenta essa questão das emendas individuais impositivas individuais”,
porque “há uma tese apresentada quando da votação que a emenda é
inconstitucional”.
Segundo o líder governista, “em uma situação
parecida o STF declarou a inconstitucionalidade de uma lei da Paraíba que
previa prazos específicos de execução de emendas parlamentares, foi o caso da
ADI 7643”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário