Após dois anos do início das negociações para o
embarque do centrão no governo, o apoio de partidos de centro à gestão de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) tem desidratado. A perda de força na aliança
prenuncia as articulações para o ano eleitoral.
Nesta semana, a fragilidade dos acordos atuais ficou
clara com a formalização da Federação União Progressista (UPb), formada por
União Brasil e o PP, e a reviravolta no comando da CPMI (Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito) do INSS — considerada uma derrota para o governo.
Os dois casos mostram sinalizações das siglas de
centro de afastamento do governo Lula. Por ora, no entanto, PP, União Brasil e
Republicanos devem seguir integrando a Esplanada. Juntos, os três partidos
controlam cinco ministérios.
A aliança atual foi costurada em uma reforma
ministerial que se estendeu de agosto a setembro de 2023. Há quase dois anos,
em uma negociação que durou semanas, os deputados federais André Fufuca (PP-MA)
e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) foram convidados a assumir,
respectivamente, os ministérios do Esporte e dos Portos e Aeroportos.
Na época, o movimento mirou ampliar a base aliada do
governo no Congresso para garantir votos às pautas prioritárias. As cadeiras na
Esplanada, no entanto, não deram conforto ao Planalto que nunca conseguiu ter
uma base de apoio consolidada e estável.
Com os acordos para 2026 em negociações, as alianças
estão cada vez mais abaladas, mesmo que ainda não existam decisões definidas
sobre rompimentos no curto prazo.
Aliado de Jair Bolsonaro (PL), o presidente nacional
do PP, senador Ciro Nogueira (PI), é um dos defensores do desembarque da
Esplanada. “Nós iremos desembarcar desse governo o mais rápido possível, pode
ter certeza de que não vai demorar. Só 5% querem ficar”, afirmou Ciro no evento
da nova federação.
A chamada “superfederação” terá cerca de 20% do
Congresso. Juntas, as duas legendas somam 109 deputados federais e 15
senadores. A união, no entanto, ainda precisa ser homologada pelo TSE (Tribunal
Superior Eleitoral).
Em outra frente, nomes de siglas de centro e
centro-direita se antecipam à corrida presidencial ou despontam como possíveis
presidenciáveis.
Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), lançou
sua pré-candidatura em abril, mesmo sem o apoio formal do seu partido. Já
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, aparece como um
possível candidato e nome provável para herdar votos de apoiadores de
Bolsonaro.
CNN
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