sábado, 23 de agosto de 2025

Amazônia em Disputa: Estudo revela conflitos nas fronteiras

 


Amazônia em Disputa é o nome do relatório lançado nesta semana em Bogotá, Colômbia, que mapeia os principais conflitos nas fronteiras da floresta. O estudo, conduzido pelo Instituto Igarapé em parceria com a União Europeia e a Fundação para a Conservação e o Desenvolvimento Sustentável (FCDS), revela os riscos que ameaçam o bioma e as populações tradicionais.

O foco está na parte noroeste da Amazônia, onde se encontram limites do Brasil, Colômbia, Venezuela, Equador e Peru. Conforme o levantamento, quatro tipos de disputas afetam diretamente a região: ambientais, criminais, de capital e institucionais. Entre os problemas mais graves estão desmatamento, queimadas, mineração ilegal e a atuação de grupos armados.

Conflitos e vulnerabilidades

Segundo o relatório Amazônia em Disputa, os danos ambientais caminham lado a lado com redes ilícitas. Narcotráfico, garimpo e extração de madeira movem economias ilegais e pressionam comunidades indígenas e ribeirinhas. Além disso, o estudo aponta que pelo menos 16 grandes grupos criminosos atuam em 69% dos municípios amazônicos, incluindo organizações como PCC, Comando Vermelho, ELN e dissidências das FARC.

A violência se intensifica em áreas de fronteira como Putumayo (Colômbia), Madre de Dios (Peru) e Sucumbíos (Equador). Nessas regiões, a ausência do Estado favorece deslocamentos forçados, perda de territórios e destruição de modos de vida tradicionais.

Desafios para a cooperação

Os pesquisadores destacam que os impactos da violência e da degradação ultrapassam fronteiras. “As economias ilícitas têm alcance global. O dano fica na Amazônia, mas os mercados consumidores estão espalhados pelo mundo”, afirmou Melina Risso, diretora de pesquisa do Instituto Igarapé.

O relatório reforça a necessidade de ações conjuntas entre os países amazônicos. A 5ª Cúpula de Presidentes da OTCA, que ocorre nesta sexta-feira (22) em Bogotá, foi citada como oportunidade para novas estruturas de cooperação. A expectativa é que medidas de segurança pública, alternativas econômicas sustentáveis e propostas para a COP30 avancem a partir desse encontro.

 

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