Flávio Dino resolveu comprar briga grande. O
ministro do STF assinou despacho dizendo que nenhuma lei ou ordem de outro país
tem efeito automático no Brasil. A canetada veio logo depois de os Estados
Unidos, sob comando de Donald Trump, aplicarem sanções contra Alexandre de
Moraes.
Na prática, Dino bateu no peito e declarou que
Washington não manda por aqui. Mas o gesto é político até a medula. Não se
trata apenas de “soberania nacional”. É blindagem explícita para Moraes, que
entrou na mira da chamada Lei Magnitsky. A norma congela bens e contas em solo
americano de autoridades acusadas de abusos.
Dino convocou Banco Central, Febraban e o setor
financeiro inteiro para reforçar que nenhuma ordem externa mexe com operações
no Brasil sem o aval do STF. Tradução: quem mexer com Moraes, mexe com eles.
O movimento é perigoso. De um lado, Trump impõe
sanção real, com efeito econômico imediato. Do outro, Dino responde com ato
simbólico, que soa mais bravata que solução. Quem perde no embate entre STF e
Casa Branca? O Brasil.
Em vez de se preocupar com inflação, segurança ou a
paralisia econômica, o Supremo prefere virar escudo pessoal de ministro. É a
velha lógica: quando falta governo, sobra espetáculo.
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