A senadora Zenaide Maia resolveu entrar no jogo das
redes sociais. Mas, como toda jogadora que ignora as regras do campo, errou o
passo logo na estreia.
No vídeo publicado em seu Instagram, Zenaide aparece
vestida de formalmente, nos corredor do Senado, repetindo uma frase ensaiada e
sem alma. Olha para a câmera com um sorriso congelado, balança levemente a
cabeça e encerra com um “bora cuidar dos nossos olhos!”, como se estivesse
vendendo colírio e não representando o povo potiguar no Congresso.
O que era pra ser leve virou um show de
constrangimento. A entonação é mecânica, a mensagem rasa, o enquadramento duro.
Faltou naturalidade, sobrou pose. O cenário institucional do Senado contrasta
com a tentativa de linguagem popular, gerando um efeito inverso: em vez de
aproximação, distância. Em vez de empatia, ruído. Em vez de conteúdo,
performance vazia.
É a velha política tentando se disfarçar de nova,
como quem põe glitter na burocracia. E o que mais chama atenção é o descompasso
entre o que se fala e o que se vive. Porque enquanto o Brasil assiste a filas
no SUS e à falta de oftalmologistas no interior, Zenaide tenta viralizar com
bordões de campanha publicitária reciclada. Quem olha, não vê verdade, observa
marketing.
A pergunta é inevitável: quem aconselha isso? Quem
acredita que esse tipo de conteúdo traz algum ganho real? Porque na prática,
soa mais como uma paródia involuntária da própria caricatura.
Político que se veste de influencer e esquece de
agir como representante acaba servindo de meme, não de exemplo. E nesse vídeo, o
que se vê não é uma parlamentar preocupada com a saúde da população, é uma
atriz insegura interpretando um papel que não domina. E sem um pingo de graça.
Blog do Gustavo Negreiros
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