O senador Rogério Marinho (PL-RN) confirma a
indicação do seu partido para suplente na Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) que, a partir do segundo semestre, vai apurar os desvios de
recursos de aposentados e pensionistas do INSS, mas vai atuar como coordenador
da bancada da oposição no decorrer das investigações: “Por razões até éticas,
entendi que não deveria estar como titular, mas também não devo me furtar a
fazer discussão e apresentar argumentos, inclusive estarei no papel de coordenação
dos deputados e senadores que fazem a oposição na Casa, entendendo que essa não
é uma ação de um governo, isso é uma política de estado, estamos falando de
proventos de alimentos de milhões de brasileiros que passaram a vida
contribuindo pra terem uma velhice segura”.
Para o senador Rogério Marinho, “mesmo aqueles que
fazem parte da base do governo, o que esperamos é que tenham espírito público e
entendam que nós precisamos punir os responsáveis para que isso não se repita
no futuro”.
Rogério Marinho disse na segunda-feira (14), numa
entrevista no canal do portal Metrópoles no Youtube, que já ocorre processo de
negociação com os presidentes da Câmara Federal e do Senado da República, Hugo
Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP), no sentido “da
necessidade de equilíbrio nessa CPMI, caso alguém ligado ao governo seja
presidente daquela comissão, o relator seja alguém que tenha isenção, não
necessariamente de oposição, queremos alguém que tenha independência, espírito
público e, sobretudo, não tenha conceitos prévios, porque da nossa parte nós
não temos o que esconder”.
Marinho disse que a oposição e principalmente o PL
“estão absolutamente tranquilos, porque viemos de um governo que combateu a
corrupção institucionalizada dentro da Previdência”.
Além disso, Marinho lembrou que o próprio ministro
da Previdência Social, Wolney Queiroz, admitiu na sexta-feira (11), que “o
Estado falhou, porque nunca se fez o batimento daquelas listas de aposentados
que autorizavam ser descontados em folha que as associações remetiam para o
INSS”.
Segundo Marinho, por ocasião da CPMI “vai ficar cada
vez mais claro o que ocorreu. Nós terminamos o ano de 2022 com um pouco mais de
2,6 milhões, 2,8 milhões associados. Chegamos em meados de 2025 com 9,6
milhões. Um acréscimo de mais de 7 milhões de novos associados que de repente
descobriram, quanta ironia, que essas associações tinham vantagens extremas
para os aposentados”.
No entendimento de Marinho, “na verdade, houve um
roubo sistemático, planejado, e a República Sindical foi extremamente
beneficiada. Eu falo das associações ligadas a sindicatos, que convenientemente
estão fora dessa investigação seletiva que o governo promove”.
Mas a CPMI, diantou Marinho, “vai colocar à luz do
dia o que ocorreu, e eu não tenho dúvida que os responsáveis serão punidos, e
provavelmente não se repetirá no futuro”.
Em razão disso, o senador potiguar espera que haja
equilíbrio por parte do Congresso Nacional, e que a apuração seja isenta e
possamos identificar esses malfeitores, e puni-los, independente do viés
político, ideológico, de quem quer que seja, porque isso é um crime, eu diria,
contra a humanidade, porque retiraram recursos de pessoas fragilizadas do ponto
de vista de entendimento do que está acontecendo, porque foram aqueles mais
frágeis do ponto de vista de escolaridade, até de um analfabetismo formal ou
informal, foram enganados no final das suas vidas”.
Rogério Marinho afirmou, ainda, que “há um certo
desespero, assistimos tentativas do governo de evitar que ocorresse a CPMI, e
agora como um fato irreversível, a tentativa de ocupar a CPMI com uma tropa de
choque que eventualmente possa evitar que a apuração e as investigações ocorram
com a profundidade e com a responsabilidade que a sociedade brasileira espera.
A CPI é um instrumento da oposição, por isso que ela foi criada”.
Marinho declarou que o povo brasileiro espera – “não
tenho dúvida que é o sentimento de todos os aposentados e todos aqueles que se
indignam com esse tipo de prática deletéria que ocorre contra o país e contra
os aposentados, é que nós temos isenção e imparcialidade e que tenhamos aí o
espírito público de todos aqueles que vão ingressar nessa comissão”.
E concluiu: “Eu não vejo como normal que alguém se
proponha, mesmo do governo, a entrar nessa comissão para evitar que nós
possamos chegar ao âmago da questão, ou seja, identificar os culpados”.
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