Por anos, Marianna Almeida construiu sua trajetória
política com autonomia e resiliência. À frente da prefeitura de Pau dos Ferros,
se consolidou como uma gestora popular, de perfil técnico, que conseguiu
imprimir resultados concretos em uma cidade historicamente marcada por disputas
acirradas e domínio de oligarquias. Sua administração é bem avaliada e seu nome,
respeitado no Alto Oeste potiguar.
No entanto, Marianna se vê agora diante de uma
escolha que pode comprometer o capital político que acumulou: aceitar ser vice
na chapa do PT para o Governo do Estado em 2026. O movimento, articulado nos
bastidores por setores petistas, é visto por aliados como um salto no escuro ou
como descreve um interlocutor próximo, “embarcar numa barca furada”.
O risco é evidente. Ao se vincular ao PT, Marianna
herdaria o desgaste acumulado pela governadora Fátima Bezerra, cuja gestão,
marcada por promessas não cumpridas, caos na saúde e dificuldade de articulação
política, tem enfrentado críticas crescentes, inclusive dentro da base aliada.
Marianna não tem responsabilidade alguma por esse cenário, mas, ao aceitar
compor a chapa, passaria a carregá-lo como seu.
Além disso, a prefeita teria que abrir mão de dois
anos e meio de mandato. Isso significa abandonar, antes do tempo, um projeto
que ainda tem entrega a fazer, deixando a cidade nas mãos de um sucessor que
não carrega o mesmo respaldo popular. Para muitos eleitores, a decisão soaria
como um gesto de oportunismo político ou pior: submissão a uma estrutura que
nunca ajudou a ela/
Marianna tem luz própria. E justamente por isso,
aceitar ser vice numa chapa combalida pode significar apagar parte desse
brilho. Mais do que um erro estratégico, seria um descompasso com a trajetória
que ela mesma construiu.
Nada cresce ao lado do PT.
Blog do Gustavo Negreiros
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