domingo, 13 de julho de 2025

Marianna Almeida e o risco de embarcar em uma barca furada

 


Por anos, Marianna Almeida construiu sua trajetória política com autonomia e resiliência. À frente da prefeitura de Pau dos Ferros, se consolidou como uma gestora popular, de perfil técnico, que conseguiu imprimir resultados concretos em uma cidade historicamente marcada por disputas acirradas e domínio de oligarquias. Sua administração é bem avaliada e seu nome, respeitado no Alto Oeste potiguar.

No entanto, Marianna se vê agora diante de uma escolha que pode comprometer o capital político que acumulou: aceitar ser vice na chapa do PT para o Governo do Estado em 2026. O movimento, articulado nos bastidores por setores petistas, é visto por aliados como um salto no escuro ou como descreve um interlocutor próximo, “embarcar numa barca furada”.

O risco é evidente. Ao se vincular ao PT, Marianna herdaria o desgaste acumulado pela governadora Fátima Bezerra, cuja gestão, marcada por promessas não cumpridas, caos na saúde e dificuldade de articulação política, tem enfrentado críticas crescentes, inclusive dentro da base aliada. Marianna não tem responsabilidade alguma por esse cenário, mas, ao aceitar compor a chapa, passaria a carregá-lo como seu.

Além disso, a prefeita teria que abrir mão de dois anos e meio de mandato. Isso significa abandonar, antes do tempo, um projeto que ainda tem entrega a fazer, deixando a cidade nas mãos de um sucessor que não carrega o mesmo respaldo popular. Para muitos eleitores, a decisão soaria como um gesto de oportunismo político ou pior: submissão a uma estrutura que nunca ajudou a ela/

Marianna tem luz própria. E justamente por isso, aceitar ser vice numa chapa combalida pode significar apagar parte desse brilho. Mais do que um erro estratégico, seria um descompasso com a trajetória que ela mesma construiu.

Nada cresce ao lado do PT. 

Blog do Gustavo Negreiros

Nenhum comentário:

Postar um comentário