quinta-feira, 24 de julho de 2025

EUA mantêm silêncio e Lula 3 teme implementação de tarifas

 


A oito dias do final do prazo para o governo dos Estados Unidos aplicar sobretaxas de 50% sobre produtos importados do Brasil anunciada por Donald Trump, os canais de negociação formais entre o governo brasileiro e o americano seguem fechados. Americanos sinalizaram ao governo Lula (PT) que as tratativas só devem caminhar a partir de uma autorização do presidente Donald Trump para a abertura de canal oficial de diálogo. Integrantes do Palácio do Planalto dizem ter a informação de que o caso está na Casa Branca e sem previsão de uma resposta às iniciativas do governo brasileiro.

Como esse diálogo é interditado nos canais formais, integrantes do governo começam a duvidar de um desfecho a tempo hábil de reverter a aplicação da sobretaxa em 1º de agosto. A imagem mostra um homem com cabelo loiro e pele clara, sentado em um ambiente formal. Ele está usando um terno escuro e uma camisa branca. Ao fundo, há uma parede decorada com detalhes em dourado e uma mesa ou sofá claro. O homem parece estar em uma conversa ou prestando atenção em algo.

Enquanto isso, autoridades brasileiras procuram estabelecer contatos extraoficiais com a equipe dos seus correspondentes nos Estados Unidos. Isso se deve justamente à dificuldade relatada por ministros de se comunicar diretamente com seus homólogos nos EUA.

No governo brasileiro, essa resistência é atribuída a um temor entre os americanos de serem desautorizados pelo presidente Trump. Integrantes do órgão responsável pela área comercial dos EUA, por exemplo, mantiveram conversas sobre tarifas com os brasileiros e foram surpreendidos pela decisão do presidente americano de sobretaxar o país.

A decisão, como o próprio republicano deixou claro, não se baseou em estudos econômicos, mas, sim, em uma questão política. Um ministro brasileiro ainda cita como exemplo o caso do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, desautorizado após defender o presidente do Fed (Federal Reserve), o banco central dos EUA.

Alckmin

Em outra frente, o governo, capitaneado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), também tenta sensibilizar o empresariado diretamente atingido pelas medidas para que auxiliem na procura por uma solução.

Entre aliados do presidente Lula, há um temor de que Trump pretenda transformar o caso brasileiro em exemplar para intimidar outros países nas negociações com os EUA.

Aliados do presidente lembram que os EUA não estão respondendo às correspondências enviadas pelos brasileiros. O próprio Alckmin tem repisado em suas falas que cartas foram enviadas ao governo americano desde o dia 16 de maio e não houve nenhuma resposta.

Americanos sinalizaram que a resposta a partir de agora não deve ser por meio de carta, mas de outra forma a ser definida. O governo Trump tem priorizado tratativas que considera mais importantes no momento. Nesta semana, anunciou acordos com a Indonésia e o Japão.
Desde abril, Trump tem dito que o governo está conduzindo negociações com mais de 200 países simultaneamente. Mas a conduta do presidente americano tem sido ele próprio definir suas prioridades.

Tarifaço pode tirar quase US$ 6 bilhões do agro

Por conta do novo pacote de tarifas anunciado pelo governo dos Estados Unidos, as exportações do agronegócio brasileiro para o país podem cair quase pela metade. A estimativa é da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que calcula uma perda de até US$ 5,8 bilhões para o setor, caso as medidas sejam efetivadas nos moldes propostos.

Em 2024, o Brasil exportou US$ 12,1 bilhões em produtos do agro para os EUA. Com o tarifaço — que pode elevar em até 50% o custo de entrada desses produtos no mercado americano — a CNA prevê uma redução de 48% no valor total das exportações.

A projeção leva em conta a chamada elasticidade das importações, um indicador que mede como a demanda dos Estados Unidos reage a mudanças no preço dos produtos. Ou seja, quanto mais sensível o produto é ao aumento de preço, maior a queda nas compras. A entidade partiu do princípio de que o aumento das tarifas seria totalmente repassado ao consumidor final, o que elevaria os preços dos produtos brasileiros em até 50%.

De acordo com a análise, os impactos não serão iguais para todos os setores. Produtos como suco de laranja e açúcares especiais teriam suas exportações praticamente zeradas. O suco de laranja, por exemplo, hoje enfrenta tarifas entre 5,26% e 6,13%. Com o novo pacote, elas passariam a mais de 55%, o que tornaria o produto inviável para o consumidor americano. A CNA estima queda de 100% nas exportações do produto.

Situação semelhante ocorreria com o álcool etílico, que teria sua tarifa multiplicada de 2,5% para 52,5%, com estimativa de queda de 71% no exportado. No caso do café verde, o impacto seria menor: queda de 25% .

 

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