O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) pediu
nesta quinta-feira (10) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal
Federal (STF), que decrete a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL). Correia apontou um suposto “risco de fuga” após o presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, apoiar o ex-mandatário.
O pedido de providências havia sido protocolado em
março. Agora, Correia pede que o ministro reavalie a imposição de medidas
cautelares ou decrete a prisão do ex-presidente. Para o parlamentar, as
recentes declarações de Trump “criam uma narrativa internacional para
justificar um eventual pedido de asilo político” de Bolsonaro.
Correia pede ainda que Moraes determine o uso de
tornozeleira eletrônica, proíba o ex-mandatário de se ausentar de Brasília sem
autorização judicial e de se aproximar de embaixadas estrangeiras. O documento
foi protocolado no inquérito das milícias digitais.
Bolsonaro é réu na ação penal sobre a suposta
tentativa de golpe de Estado em 2022. Trump impôs uma taxação de 50% sobre os
produtos brasileiros nesta quarta-feira (9). Além de motivos comerciais, o
líder americano destacou que a postura do STF contra Bolsonaro também
contribuiu para a elevação das tarifas.
A Embaixada dos EUA no Brasil endossou a
manifestação de Trump em favor de Bolsonaro. “Decerto, os fatos em cadeia aqui
expostos reacendem, ainda com mais força, a possibilidade de fuga do
ex-presidente, o que exige das Instituições de Justiça atuação célere e hábil a
garantir a aplicação da lei”, disse Correia.
Bolsonaro cancelou todos os seus compromissos em
julho por recomendação médica, após enfrentar novas crises de soluços e
vômitos, e tem se manifestado pelas redes sociais. A ação penal sobre a suposta
trama golpista está na fase alegações finais no Supremo.
Em fevereiro de 2024, Bolsonaro passou dois dias na
Embaixada da Hungria no Brasil. A estadia foi divulgada pelo jornal americano
The New York Times e ocorreu quatro dias depois de ter tido seu passaporte apreendido
pela Polícia Federal. Na ocasião, o ex-presidente disse que “não há crime
nenhum em dormir na embaixada, conversar com embaixador”.
Gazeta do Povo
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