quinta-feira, 3 de julho de 2025

Com medo de avanço bolsonarista, PT cogita lançar Haddad ao Senado

 


Com a mira dos bolsonaristas apontada para o Senado nas eleições de 2026, têm ganhado força dentro do PT conversas para que o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seja candidato a uma das duas cadeiras da Casa em São Paulo.

Haddad é tido como nome de forte recall eleitoral, já que foi ex-prefeito da capital e adversário de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no segundo turno em 2022. O objetivo do movimento seria evitar que ambas as vagas ao Senado no estado fiquem com nomes da direita.

De acordo com interlocutores de Lula, o presidente tem demonstrado cada vez mais preocupação com a possibilidade de o Senado ser dominado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que deve apostar em nomes fortes para isso — inclusive da família, como sua mulher, Michelle, no Distrito Federal, e os filhos Eduardo, em São Paulo, e Carlos, em Santa Catarina.

Caso faça mais da metade do Senado, Bolsonaro teria um alto poder de pressão sobre o Supremo Tribunal Federal (STF) com a possibilidade, por exemplo, de abrir processos de cassação de ministros da Corte. “Se me derem 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil, nem preciso ser presidente”, disse em ato realizado na avenida Paulista no último domingo (29/6).

Embora esteja na “fritura” em meio à recente crise com o Congresso Nacional devido às discussões do IOF, o endosso de Lula às propostas de Haddad tem sido encarado pelo entorno como um sinal de força política do ministro.

Possibilidades para o PT

Segundo petistas ouvidos pelo Metrópoles, para fazer frente à ofensiva, há, neste momento, duas possibilidades colocadas na mesa: uma delas seria uma chapa com Haddad para o governo de São Paulo e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) para o Senado.

Este cenário tem a simpatia de parte significativa dos correligionários, que acreditam que um nome como o do ministro pode fortalecer a chapa e alavancar o voto de candidatos à Câmara dos Deputados, além de ter mais chances de garantir um palanque a Lula no segundo turno em São Paulo. A outra possibilidade é colocar Haddad para a disputa do Senado e apoiar o ministro do Empreendedorismo e da Microempresa, Márcio França (PSB), para o Palácio dos Bandeirantes.

Nesta configuração, a avaliação é de que, embora Haddad represente um obstáculo para a vitória de dois nomes da direita para o Senado, há o risco de não garantir um palanque para Lula no segundo turno, com França considerado um nome de menor apelo, além de sinalizar uma falta de prioridade do PT para o governo paulista.

Os nomes mais cotados para disputar o Senado no campo bolsonarista são os do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP), e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos. Outros que correm por fora são o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo), e o deputado federal Marco Feliciano (PL).

Neste fim de semana, o PT realiza eleição interna para eleger o novo presidente, além da composição dos diretórios estaduais e municipais. Segundo petistas, as articulações sobre os nomes para a disputa da eleição de 2026 devem se intensificar após a conclusão do Processo de Eleição Direta (PED).

Metrópoles

 

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