O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG)
publicou, na noite desta 5ª feira (3.abr.2025), um vídeo em defesa do projeto
de lei 2.858/2022, que propõe anistia aos envolvidos nos atos extremistas do 8
de Janeiro.
Com pouco mais de 7 minutos de duração, o
congressista compara a anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos Três
Poderes ao movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Ele
traça um paralelo entre Rosa Parks e Débora Rodrigues dos Santos, condenada a
14 anos por pichar com batom a estátua “A Justiça”, localizada em frente ao STF
(Supremo Tribunal Federal).
Nikolas questiona a dosimetria da pena aplicada a
Débora. Ela escreveu “perdeu, mané” –referência a uma frase dita por Roberto
Barroso, presidente da Corte, em 2022. Se tornou ré pelo colegiado em 9 de
agosto de 2024.
Rosa Parks foi uma ativista dos direitos civis nos
EUA que, em 1955, se recusou a ceder seu assento a um homem branco em um ônibus
segregado em Montgomery (Alabama). Sua prisão desencadeou um boicote aos ônibus
da cidade, liderado por Martin Luther King Jr.
“A injustiça contra uma mulher virou um marco de uma
luta coletiva. Lá foi um ônibus, aqui um batom. Débora, casada, mãe de 2 filhos
pequenos, cabeleireira, condenada a 14 anos de cadeia. Seu crime? Escrever
‘perdeu, mané’ em uma estátua com batom. Mas isso você já deve saber. A
pergunta que fica é: se ela tivesse escrito ‘Fora Bolsonaro’ em vez de ‘perdeu,
mané’, Moraes e Dino teriam condenado ela da mesma forma?”, afirmou.
O deputado também sustenta que há presos sem provas
concretas de envolvimento na depredação dos prédios públicos e adota um tom
semelhante ao do vídeo que viralizou em janeiro, quando criticou regras de
fiscalização do Pix. “Quando você trata uma injustiça apenas como um número, ignora
que há uma pessoa, uma família sofrendo, e que você um dia pode ser vítima da
mesma injustiça. Infelizmente, temos muitas outras vítimas”, disse.
Nikolas ainda voltou a criticar o ministro Alexandre
de Moraes, relator dos processos sobre os atos do 8 de Janeiro no STF. Segundo
o congressista, manifestantes de esquerda envolvidos em atos de “vandalismo” no
passado não receberam punições tão severas.
“O Brasil já anistiou torturadores e corruptos.
Negar perdão a manifestantes é escolher punir apenas quem tem menos poder. Ou
colocam todos os envolvidos da esquerda que já fizeram o mesmo na cadeia, ou
soltam os da direita para ficarem igual os da esquerda”, declarou.
PL NÃO CONSEGUE APOIO DE LÍDERES
Oficialmente, líderes dos partidos mais ao centro
não apoiaram o requerimento de urgência do PL da anistia. Isso fez Sóstenes
anunciar uma mudança em estratégia de sua legenda para pressionar o presidente
da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB).
O aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)
passará a coletar assinaturas individualmente em vez de depender dos líderes
partidários. O regimento da Câmara exige apoio de 257 deputados para incluir a
urgência automaticamente em votação. Sóstenes diz ter 165.
Segundo o deputado do PL, Motta pediu aos líderes
que, por enquanto, não assinem o requerimento de urgência do projeto da
anistia. O líder tem afirmado que outros 8 líderes já se comprometeram a apoiar
o texto.
Poder 360

Nenhum comentário:
Postar um comentário