No horário destinado às lideranças, os deputados
Neilton Diógenes (PP), Coronel Azevedo (PL) e Eudiane Macedo (PV) se
pronunciaram. Na sessão plenária desta quarta-feira, os parlamentares abordaram
assuntos diversos, como a atual gestão do município de Santa Cruz, a economia
do país e a situação de assentados do Assentamento Potengi.
Primeiro a se pronunciar, o deputado Neilton
Diógenes questionou a atuação da Câmara de Santa Cruz. "A Câmara não tem
sido justa, não tem sido povo e não está honrando com o seu papel de criar leis
e fiscalizar o Executivo, que é o seu papel fundamental, onde não pode
interferir, mas sim ajudar", disse.
Neilton citou especificamente a necessidade de a
gestão ter aprovado o pedido de suplementação orçamentária para a construção de
uma escola, uma Unidade Básica de Saúde (UBS), uma creche e a conclusão do
Canal do Maracujá e também a melhoria de toda uma infraestrutura. "Esta
alegação de que a Câmara está interferindo vem do próprio povo, que ontem lotou
galerias e ruas e que não aceitou não ser votada a suplementação
orçamentária", afirmou.
Neilton citou que em anos anteriores, de 2020 a
2024, os vereadores aprovaram pedidos seguidos de suplementação. "Em 2021
foi mais de R$ 30 milhões, em 2022 mais de R$ 32 milhões. No ano de 2023 eles
aprovaram o pedido de suplementação de mais de R$ 36 milhões e no ano seguinte,
mais de R$ 41 milhões e por que agora, em 2025, com esses recursos que a
prefeitura tem, aprovou um orçamento que só dá um poder de transferência de R$
8 milhões?", indagou.
O deputado questionou se a manobra não seria uma
forma de prejudicar a gestão da prefeita Aninha (de Cleide). "Talvez a
gente não tenha o funcionamento do primeiro teleférico e a finalização das
obras estruturantes, porque não tem a rubrica do dinheiro. Os recursos do
governo federal têm prazo e se não forem utilizados, terão que ser
devolvidos", disse.
Segundo líder a se pronunciar, Coronel Azevedo fez
um alerta sobre a gestão do governo federal. O deputado afirmou que há uma
irresponsabilidade fiscal que compromete o futuro.
"Muitas vezes nós descuidamos dos temas
nacionais, mas precisamos nos ater a temas que implicam na vida de todos, como
a economia. Faço um alerta urgente sobre a grave denúncia feita pelo Estado de
São Paulo, que revela um estado alarmante com o Brasil no risco de
colapsar", disse.
O deputado afirmou que diante da situação atual, é
provável até que faltem recursos para se manter o mínimo funcionamento da
máquina pública. "A irresponsabilidade fiscal está comprometendo o nosso
futuro. Mesmo diante deste risco iminente, o governo vem batendo recorde na
arrecadação de impostos", disse.
O parlamentar criticou ainda o aumento no número de
Ministérios. Atualmente são 39. "É uma máquina aparelhada e ineficiente
que consome recursos, tirando do povo para manter um projeto de poder
ultrapassado", disse.
A situação dos assentados do Assentamento Potengi
foi o destaque da deputada Eudiane Macedo. A parlamentar relatou que foi
procurada pelo atual prefeito de Lagoa de Velhos, Nildo Galdino, e pela
ex-prefeita Soniara Ribeiro, externando a preocupação com a chegada de empresa
indiana para explorar o minério de ferro.
"Os assentados vivem sob crescente preocupação
quanto a essa empresa exploradora. Inicialmente o sentimento foi de esperança,
de melhoria e de oportunidade, mas atualmente há incertezas, dúvidas e muita
insegurança entre as 240 famílias que estão divididas em três agrovilas",
afirmou.
Eudiane citou que os assentados estão distribuídos
nos municípios de Serra Caiada, Sítio Novo, Senador Eloi de Souza e Lagoa de
Velhos. "São inúmeras preocupações, mas vou destacar algumas delas. Eles
dependem da terra para a agricultura e a criação de pequenos rebanhos, mas a
ameaça da terra põe em risco a sua existência", disse.
A deputada afirmou que sem a posse legal da terra,
eles temem não receber justas indenizações. "Eles estão incertos quanto ao
futuro e o seu direito de escolha, o desejo das famílias permanecerem nas suas
propriedades está totalmente ignorado". Iremos ficar atentos para garantir
que haja respeito e dignidade para essas famílias que há anos constroem a sua
história naquela terra", disse.
Em aparte, o deputado Hermano Morais (PV) endossou a
preocupação de Eudiane: "Nós sabemos o potencial mineral que tem no nosso
Estado e essa grande reserva de ferro que será processada pela empresa Fomento,
que a exemplo de outras empresas que chegam em nosso Estado estão trazendo
expertise, gerando dividendos, mas tem que prevalecer o respeito à população
local. Que seja feita a exploração, mas que não se esqueçam jamais de garantir
os direitos das famílias que lá se instalaram e fizeram crescer aquele
município", alertou.

Nenhum comentário:
Postar um comentário