Celso, Sebastião, Reinaldo, Romário, Fábio e Adélio
viviam um dia comum de pesca no povoado de Pau D'Arco, em Malhada (BA) quando
pescaram um pirarucu de quase 80 kg e mais de 2 metros de comprimento no Rio
São Francisco.
O que aconteceu
Grupo de amigos precisou de quatro redes para
capturar o pirarucu de 78 kg e mais de dois metros. O peixe foi capturado num
braço do Rio São Francisco, no povoado de Pau D'Arco, em Malhada (BA), após o
peixe ficar preso por conta de uma enchente.
Não é "história de pescador": momento da
captura foi registrado em vídeo. Os seis amigos contam orgulhosos sobre o
momento em que conseguiram pescar o pirarucu. "Chamei uns amigos para pescar,
deu muito trabalho para pegar", contou ao UOL o pescador Celso Carlos
Batista. "Foram quatro redes, ele tentou fugir e acabou se enrolando, por
ser grande demais", relembra.
Momento viralizou nas redes. A repercussão da
façanha levou o grupo a querer tentar capturar outro exemplar futuramente.
"A gente não tem o costume de ver esse peixe por aqui, não é comum no São
Francisco", contou Celso.
Os 78 kg do peixe foram divididos entre os amigos.
"Fiquei com sete quilos aqui em casa, a maioria comemos antes da semana
santa", Celso, que até experimentou o pirarucu, admite que preferiu vender
a sua parte, já que não é o seu peixe preferido para consumo. "Eu não
tenho o costume de comer pirarucu, prefiro surubim e piranha, então preferi
vender, foram R$ 30 reais por quilo."
Pirarucu oferece risco para peixes nativos do São
Francisco
Apesar da celebração, a presença do pirarucu no São
Francisco levanta alerta ambiental. O peixe é nativo da Amazônia e não pertence
à fauna natural do rio. O biólogo da UFBA (Universidade Federal da Bahia),
Francisco Kelmo explica que a espécie apresenta potencial reprodutivo e
predador, podendo causar desequilíbrios no ecossistema e, consequentemente,
prejudicando a reprodução de espécies da região.
Autoridades ambientais devem acompanhar o caso para
avaliar os impactos da presença do pirarucu na bacia do São Francisco.
"Embora traga ganho financeiro para os pescadores, pode provocar redução
da biodiversidade local", alertou Kelmo.
Provavelmente essa espécie foi introduzida pelo
homem nas águas do Rio São Francisco. Ou fizeram peixamento, ou tentaram criar
em cativeiro. Em quaisquer das alternativas, o pirarucu poderá provocar redução
da biodiversidade de outros peixes no rio.
Francisco Kelmo, professor de ecologia e
biodiversidade da UFBA.
UOL

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