O custo da cesta básica voltou a subir em Natal.
Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Municipal de Proteção e Defesa do
Consumidor (Procon Natal), o preço médio dos 40 itens essenciais chegou a R$
450,69 em março, o que representa um acréscimo de R$ 1,14 em relação ao mês
anterior. O levantamento mostra uma tendência de alta que já dura três meses
consecutivos, com aumento acumulado de 4,50% desde janeiro. No comparativo com
março do ano passado, a alta é mais expressiva: 4,71%. Naquele período, o custo
médio era de R$ 429,44.
De acordo com Dina Pérez, diretora-geral do Procon
Natal, diversos fatores explicam essa escalada nos preços. “Na verdade, a
questão do aumento se deve mais à questão dos tributos, à inflação, ao preço do
combustível, ao dólar. Tudo isso na cadeia da relação de consumo recai nos
produtos alimentícios que a gente compra no supermercado”, afirma. A elevação
no período de 12 meses nos comparativos de março de 2024 com 2025 foi de R$
21,25.
A pesquisa, realizada em atacarejos, supermercados
de bairro e grandes redes como hipermercados, mostra que mais da metade dos
itens da cesta básica (52,5%) apresentaram aumento de preço em relação ao mês
anterior. Dos 40 produtos monitorados, 21 ficaram mais caros. A análise levou
em conta estabelecimentos distribuídos pelas quatro regiões da capital
potiguar. Entre os segmentos da cesta, a categoria de hortifrúti foi a única a
registrar queda.
Segundo Dina, esse recuo está relacionado à
sazonalidade. “Acredito que é mais uma questão de safra. Por exemplo, alguns
tiveram uma oferta maior, o que naturalmente diminui o preço. Mas com certeza
em alguns produtos houve aumento também”, explica. A com redução média de 3,04%
no hortifrúti foram puxados por produtos como tomate (queda de R$ 1,19/kg),
cebola (R$ 2,75/kg) e chuchu (R$ 1,66/kg).
Já os demais grupos apresentaram altas, como o setor
de açougue que subiu 1,82%, higiene e limpeza 3,07%, e mercearia 1,17%. Itens
como o feijão-carioca (1,97%), café torrado (17,84%) e óleo de soja (0,82%)
seguem em trajetória ascendente desde o início do ano, contribuindo para a
elevação do valor total da cesta.
Outro destaque do levantamento está na variação de
preços conforme o tipo de estabelecimento. Os hipermercados continuam sendo os
locais com os valores mais elevados, cobrando, em média, 9,09% a mais do que os
supermercados de bairro. Já os atacarejos oferecem os preços mais baixos, com
uma diferença de até 15,36% em relação aos hipermercados. A escolha do local de
compra pode significar uma economia de até R$ 64,77 no fim do mês.
Essa diferença também aparece entre as regiões da
cidade. A zona Norte apresentou o menor custo médio, com R$ 443,62, seguida
pela Oeste (R$ 443,69), Leste (R$ 446,28) e Sul, que teve o maior preço
registrado, R$ 465,13. A disparidade entre a região mais barata e a mais cara
chega a R$ 21,67.
Para essas diferenças entre regiões da mesma cidade,
a diretora-geral do Procon destaca que fatores como o custo do aluguel, tributos
locais e a estrutura dos estabelecimentos influenciam diretamente na composição
dos preços. “A região Norte, com certeza, os aluguéis ou o IPTU são muito mais
baratos do que na região Sul. Isso também, com certeza, é levado em
consideração na hora da cobrança dos alimentos”, explica Dina.
Diante desse cenário, o Procon orienta a população a
pesquisar e planejar as compras com atenção. A recomendação é comparar preços
entre diferentes estabelecimentos, aproveitar promoções em dias específicos e
utilizar os dados da pesquisa mensal para tomar decisões mais conscientes. Caso
o consumidor observe algum indício de abusividade, deverá acionar o Procon pelo
e-mail procon.natal@natal.gov.br, ou presencialmente na sede do órgão,
localizada na Rua Ulisses Caldas, 181, bairro Cidade Alta.

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