A inflação oficial do país registrou, em fevereiro,
a maior taxa para o mês dos últimos 22 anos. O IPCA, Índice Nacional de Preços
ao Consumidor Amplo, ficou em 1,31%, muito acima da taxa de janeiro, de 0,16%.
Os grupos Habitação, pressionado pelo reajuste de
16,8% na tarifa de energia elétrica residencial, por causa do fim do bônus de
Itaipu, e Educação, com o aumento das mensalidades escolares, foram os maiores
responsáveis pela alta da inflação de fevereiro.
De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira
(12) pelo IBGE, o grupo Alimentação e Bebidas também subiu, puxado pela aumento
nos preços dos ovos de galinha e do café.
Já no grupo Transportes, o que mais pesou foi a alta
dos combustíveis e o reajuste das passagens de ônibus urbanos.
A correção da bandeirada dos táxis também ajudou.
Juntos, estes quatro grupos contribuem com 92% da composição do IPCA.
Ainda segundo o IBGE, todos os outros cinco grupos
que compõem o Índice seguiram a tendência de alta, com variações positivas.
Com o resultado de fevereiro, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chegou
a 5,06%, acima da taxa de 4,56% registrada nos 12 meses imediatamente
anteriores.
Já a inflação para as famílias que vivem com até
cinco salários mínimos por mês, medida pelo INPC, o Índice Nacional de Preços
ao Consumidor, ficou em 1,48%. Em janeiro a taxa, foi nula.
A inflação de fevereiro para os mais pobres também
foi a mais alta para o mês desde 2003, puxada pela conta de luz. E, nos últimos
12 meses, alcançou 4,87%, acima dos 4,17% observados nos 12 meses anteriores.
A alta de fevereiro é explicada em grande parte pelo
Bônus Itaipu, que concedeu desconto na conta de luz dos brasileiros em janeiro.
No primeiro mês do ano, o índice apresentou variação nula (0%).
Com o fim do desconto, o que já era previsto, a
conta de energia elétrica subiu 16,96%, fazendo o grupo habitação – do qual faz
parte a energia elétrica – subir 4,79%, impactando o INPC em 0,79 ponto
percentual (p.p.).
Em fevereiro, os produtos alimentícios subiram
0,75%, desaceleração em relação a janeiro (0,99%).
O INPC impacta diretamente na vida de muitos
brasileiros, pois o acumulado móvel de 12 meses costuma ser utilizado para
cálculo do reajuste de salários de diversas categorias ao longo do ano.
O salário mínimo, por exemplo, leva o dado de
novembro no seu cálculo. O seguro-desemprego, o benefício e o teto do INSS são
reajustados com base no resultado de dezembro.
A principal diferença para o IPCA é que o INPC apura
o custo de vida de famílias com renda de até cinco salários mínimos. Já o IPCA,
é o consumo de famílias com renda até 40 salários mínimos. Atualmente o mínimo
é de R$ 1.518.
A coleta de preços é feita nas regiões
metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória,
Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e
dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.
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