Especulado como um provável nome a integrar a
Esplanada dos Ministérios do governo Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado
federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) já entrou na mira da direita. Logo após a
informação ser revelada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta terça-feira, o seu
adversário na Câmara, Gustavo Gayer (PL-GO), publicou um post chamando Boulos
de “terrorista”, no que pode ser tanto uma referência a sua militância no MTST
(movimento de sem-teto) quanto ao seu apoio ao Hamas, grupo extremista
palestino que controla a Faixa de Gaza.
“Lula quer Boulos em um ministério. Será que ele
finalmente vai criar o Ministério dos Vagabundos Terroristas?”, questionou
Gayer nas suas redes sociais. Sem negar a possibilidade de ser ministro, Boulos
reagiu com um golpe duro. “Não, esse ministério seria para gente bêbada que
mata alguém atropelado como você, deputado!”, postou, fazendo menção a um
acidente de trânsito com morte protagonizado pelo parlamentar goiano.
Outro a se manifestar foi Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
“Depois de Gleisi, agora Boulos. O regime lulista só vai radicalizando. O que
será que eles esperam com isso? Pelo perfil dos escolhidos certamente não é
mais diálogo”, postou o filho Zero Três do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lugar “deixado” por Gleisi
A possibilidade de Boulos ir para o ministério
cresceu depois que Gleisi Hoffmann foi nomeada para a Secretaria de Relações
Institucionais, responsável pela articulação com o Congresso, e não para a
Secretaria-Geral da Presidência, hoje ocupada pelo petista Márcio Macedo, como
se esperava.
Com isso, passou a circular que Macedo seria
substituído na verdade por Boulos, já que a pasta é a responsável pela
articulação do governo com movimentos sociais, coisa a que Boulos está
acostumado há anos.
Alvo na campanha paulistana
Boulos, que chegou em segundo lugar na eleição para
prefeito de São Paulo — perdeu para Ricardo Nunes (MDB) no segundo turno —, foi
bastante atacado na campanha, não só pela direita, pelo perfil radical que
construiu ao longo de sua militância. Na campanha, tentou várias vezes, o que
parece sem sucesso, desfazer essa imagem explorada pelos adversários, tentando
enfatizar as suas propostas para a cidade e sua ligação com Lula.
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