Em execução há um ano e dez meses, as obras de
revitalização no Centro da Cidade que tinham prazo de conclusão de seis meses,
com previsão de serem finalizadas em novembro de 2024, devem ser retomadas após
a remoção do cabeamento aéreo por parte da Secretaria Municipal de Serviços
Urbanos (Semsur) nos trechos entre as avenidas Deodoro da Fonseca e Rio Branco
e ao lado do Centro Histórico. A informação foi repassada pela Secretaria
Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) à reportagem da TRIBUNA DO NORTE.
A STTU informou que a obra de requalificação da rua
João Pessoa está dividida em duas etapas: uma área na região tombada da Cidade
Alta, que vai da Rio Branco até a Praça Padre João Marian (antiga Catedral); e
outro trecho que compreende a Rio Branco até a Deodoro da Fonseca (na altura da
nova Catedral).
Entre a Deodoro e a Rio Branco, que contará com uma
cobertura, foram realizadas as fundações e a implementação das colunas da base,
que aguarda a intervenção da Semsur para dar prosseguimento aos serviços, com a
conclusão da cobertura. O cenário é o mesmo ao lado do Centro Histórico, com o
trabalho de remoção do cabeamento que ainda está em execução.
“Com relação aos prazos da obra, a STTU segue o
cronograma de execução dos serviços com a regularização das calçadas, o
tingimento do concreto e a instalação do mobiliário. Para a etapa que
compreende a Deodoro até a Princesa Isabel, o trecho já foi entregue”, detalhou
em nota.
Questionada pela reportagem da TN em relação ao
prazo da realização das intervenções, a Semsur esclareceu que aguarda a empresa
que está executando a obra finalizar e enviar o projeto, que transfere o
cabeamento aéreo para o subterrâneo. A pasta completou informando que após
receber o retorno, remeterá a documentação para a Cosern aprovar.
“A Semsur
trabalha para finalizar esse processo no mais breve período de tempo possível”,
reforçou. A reportagem também procurou a Secretaria de Infraestrutura
(Seinfra), mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
Diante deste cenário, com o atraso na entrega das
obras de revitalização no bairro de Cidade Alta, os transtornos aos
comerciantes e consumidores da região, que já eram recorrentes durante os
serviços, persistem, segundo o presidente da Associação Viva o Centro (Avicen),
Rodrigo Vasconcelos. Ele ressaltou que alguns trechos foram entregues pela
gestão municipal anterior, e revelou que a atual sinalizou que iria concluir o
segundo quarteirão antes do Carnaval, algo que não se concretizou. “Aqui a
gente vê que está causando (transtornos) porque nem finalizou e nem liberou
para voltar à normalidade. Esperamos essas obras como sendo uma das salvações
para o comércio, mas da forma que está nos trechos inacabados está pior do que
antes”, enfatizou.
“Tem um quarteirão, por exemplo, na João Pessoa, que
falta pouca coisa para acabar. Eles (a Prefeitura) prometeram antes do Carnaval
e já faz um mês desde então, e esse pedaço pequeno ali não foi entregue, é um
quarteirão. Então assim, é um grande transtorno para nós da região. O Centro
Histórico está parado e não há nenhuma evolução em nada. Inclusive até houve
roubo de fios lá no trecho próximo a Rio Branco e estamos desde dezembro sem
luz”, acrescentou Rodrigo.
Comerciantes da região também relataram incômodo com
as obras de revitalização inacabadas. Empresário no bairro de Cidade Alta há 20
anos, Delcindo Mascena relata dificuldade diante desse cenário. “Está muito
difícil. As lojas estão fechando e reduzindo o emprego no Centro da Cidade.
Essa loja aqui mesmo tinha quatro funcionários, hoje tem um funcionário. Outras
lojas estão todas reduzindo o quadro de funcionários, ou seja, ou se muda, ou
se abraça essa ideia, a gestão pública junto ao privado, ou cada dia vai matar
mais a geração de emprego e renda em Natal”, conta o empresário.
Delfino também expõe a ausência de lixeiras pelo
Centro de Natal, sendo necessário ligar diariamente a Companhia de Serviços
Urbanos de Natal (Urbana), para que seja realizada a retirada de lixo no local.
“Tem dia que a gente roda aqui, o Centro é lixo. É preciso eu ligar todo dia
para o pessoal da Urbana: “Tita, pelo amor de Deus, manda alguém para o Centro
da Cidade para dar uma limpeza, porque o lixo está rodando aqui no Centro da
Cidade”. Ou seja, nós não temos uma lixeira”, detalha Delcindo.
“Era bom que eles terminassem desse jeito. Para que
finalizasse e para melhorar o Centro da Cidade”, confessa o comerciante Leo.
Proprietário de uma cigarreira entre a avenida Rio Branco e a rua Princesa
Isabel, ele espera que o cenário melhore na região com a conclusão das obras,
que já teve um trecho inaugurado em dezembro de 2024. Leo observou uma melhoria
com a inauguração do trecho entre a avenida Deodoro da Fonseca e a Princesa
Isabel.
“Ter
inaugurado uma parte já deu uma melhorada, mas tem essa parte da Princesa
Isabel para Rio Branco, que estava muito precário ainda devido aos buracos da
rua (que) não finalizou a obra. O pessoal vai evitando passar nesse trecho”,
descreve o comerciante.
Em dezembro de 2024, o ex-prefeito Álvaro Dias
entregou o trecho compreendido entre a Deodoro da Fonseca e a Princesa Isabel.
Com um valor total de R$ 30 milhões nas obras na rua João Pessoa, o novo local
passou a ter postes com iluminação em LED com fios embutidos, paisagismo e um
alargamento da calçada com bancos, tornando uma rua voltada para pedestres.
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