Não é fácil para o governo Lula entender que a Vale
é uma empresa privada — desde 1997, aliás. Há dois anos, fracassou a operação
para emplacar um presidente na mineradora, nada menos do que Guido Mantega. Mas
há outras tentativas de interferência indevida.
Voltou a ficar forte a pressão para a Vale comprar a
mineradora Bamin, sediada na Bahia mas controlada por um grupo do Cazaquistão.
À frente do rolo compressor governista, estão os ministros Alexandre Silveira e
Rui Costa.
O novo presidente da Vale, Gustavo Pimenta, resiste
como pode. Com bastante habilidade, segundo pessoas próximas. Caberia a Pimenta
enviar ao conselho de administração uma eventual proposta de aquisição da
Bamin, fortemente endividada e precisando de investimentos bilionários.
Dizer não ao governo não é algo trivial para a Vale.
Brasília tem o poder, por exemplo, de retaliar segurando a concessão de
licenças para exploração de minas, condição fundamental para determinar o
aumento de produção da empresa.
O Globo – Lauro Jardim
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