A notícia é do Blog do Dina:
O apelido dele já foi “Lambido”, mas agora é “Vovô
Golpista”. Natal já viu muitos criminosos passarem por suas ruas, mas poucos
têm um histórico tão extenso e astuto quanto Carlos Arlenildo Bento de
Oliveira. O homem que já foi um dos ladrões mais procurados da cidade não
apenas sobreviveu ao sistema prisional, mas também se tornou uma figura quase
mítica no submundo do crime.
O Vovô Golpista passou por múltiplas unidades
prisionais do Rio Grande do Norte, alternando entre o regime fechado e o
semiaberto. Em 2019, tentou fugir. Em 2020, teve a pena agravada por novas
infrações. Em 2023, saiu em livramento condicional. Mas a liberdade não
significou um recomeço. O que aconteceu depois? Mais furtos, mais golpes e uma
reinvenção que o transformou em um criminoso altamente adaptável.
O Rei dos Furtos: Notebooks, Clínicas e
Confeitarias
Se há um padrão em sua ficha criminal, é a escolha
dos alvos. Desde 2008, o Vovô Golpista confessa furtos em hospitais, empresas
privadas, prefeituras e até na UFRN. Seu golpe mais ousado? Planejava roubar um
notebook dentro da Delegacia Geral de Polícia. Ele não precisava de armas; sua
melhor ferramenta era a lábia.
Mais recentemente, ele aparece em registros como
suspeito de furtos em restaurantes e confeitarias, num modus operandi que que lhe
rendeu o título de “Vovô Golpista” — o estelionatário que aplica golpes se
passando por um respeitável executivo.
O crime como profissão
Em uma rara confissão à polícia, Carlos Arlenildo
admitiu que furtar se tornou sua única alternativa. “Uma pessoa que sai de
Alcaçuz não consegue se reintegrar à sociedade. A primeira coisa que pedem
antes de oferecer emprego é um nada consta. Quem vai dar trabalho a alguém com
17 processos na Justiça?, declarou ele.
A reincidência e a impunidade alimentam sua
trajetória. Seus golpes não envolvem violência física, mas são arquitetados com
precisão. Ele observa, se infiltra, conquista confiança e, quando ninguém
percebe, desaparece com o que veio buscar. A polícia o conhece, o comércio já o
identifica, mas, mesmo assim, ele continua operando nas sombras de Natal.
Um sistema que não pune, apenas adia
O nome de Carlos Arlenildo, o Vovô Golpista,
sobrevive não porque o crime compensa, mas porque a Justiça falha. Processos
prescrevem, testemunhas esquecem, julgamentos se arrastam. Ele já foi
condenado, absolvido e procurado incontáveis vezes. Para muitos, é um fantasma
do sistema penal brasileiro: alguém que nunca desaparece, mas também nunca fica
preso por tempo suficiente para realmente pagar pelos seus crimes.
O fim dessa história? Ainda está sendo escrito.
Enquanto a polícia tenta capturá-lo novamente, Carlos Arlenildo segue à
espreita, pronto para seu próximo golpe. Quem será sua próxima vítima?
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