Educadores do programa Brasil Alfabetizado no Rio
Grande do Norte foram apresentados, nesta semana, ao projeto Educação para Toda
a Vida. A atividade ocorreu durante a formação de 155 educadores que estarão
diretamente envolvidos no processo de alfabetização no estado.
A iniciativa é uma parceria entre o Ministério dos
Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Ministério da Educação (MEC) e a
Secretaria de Estado da Educação, do Esporte e do Lazer, e reforça o
compromisso do governo federal com a educação inclusiva e a valorização das
pessoas idosas.
Estima-se que, no RN, 33,8% das pessoas idosas sejam
analfabetas, o dobro da média nacional. A meta é alfabetizar até 2,8 mil
pessoas com 50 anos ou mais no estado potiguar. Serão abertas 163 turmas do
programa Brasil Alfabetizado em 54 municípios. Desse total, 84 turmas serão
voltadas especificamente às pessoas idosas.
“Isso representa um avanço importante para a
garantia do direito à educação dessa parcela da população, contribuindo para a
redução das desigualdades sociais e promovendo maior inclusão digital e social”,
frisou o diretor de Proteção da Pessoa Idosa do MDHC, Kenio Costa de Lima.
Durante a apresentação do Educação para Toda a Vida,
nesta semana, Kenio de Lima, destacou que os alunos também aprenderão sobre o
mundo digital. “Esse projeto vai além da alfabetização. Ele contempla também a
educação midiática e digital, campanhas de combate ao idadismo no ambiente
educacional, a ampliação de vagas para pessoas idosas no ensino superior, a
conclusão da educação básica, assim como ações terapêuticas associadas ao
processo de alfabetização”, explicou.
Método inclusivo
A participação da Secretaria Nacional dos Direitos
da Pessoa Idosa (SNDPI) nesse espaço de formação teve como objetivo garantir
que os educadores compreendam a complexidade do analfabetismo entre pessoas com
60 anos ou mais e a relação desse fenômeno com os direitos humanos.
Entre as medidas que serão adotadas nas aulas estão
metodologias inclusivas e atrativas, por meio da integração de terapeutas
ocupacionais no processo de ensino. A meta é garantir maior engajamento e
permanência dos alunos.
Analfabetismo no Brasil
De acordo com o Censo de 2022, o Brasil possui mais
de 32,1 milhões de pessoas idosas. Nessa parcela da população, o índice de
analfabetismo é o maior entre todas as faixas etárias: 17,8%,
A maioria dos analfabetos com mais de 60 anos vive
na região Nordeste (35,8%) do país. A população idosa indígena é a que
apresenta a maior taxa de analfabetismo (41,7%), seguida pelas pessoas idosas
pretas (28,8%) e pardas (25,2%). Entre as pessoas idosas pretas, a taxa de
analfabetismo no Brasil é de 10,4%.
Educação para Toda a Vida
O projeto Educação para Toda a Vida integra a Política de
Superação do Analfabetismo e visa promover ações educacionais junto às pessoas
de 50 anos ou mais, a partir da intersetorialidade, na perspectiva de afirmação
do direito humano à educação e ao envelhecimento com dignidade e cidadania. A
efetivação do projeto se dá por meio da articulação intersetorial entre
secretarias de educação estaduais e a União.
Brasil Alfabetizado
O programa Brasil
Alfabetizado tem como proposta induzir e coordenar o esforço nacional
de universalizar a alfabetização entre as pessoas de 15 anos ou mais e
estimular a elevação da escolaridade, contribuindo assim para o exercício da
cidadania.
As aulas e atividades ocorrem em diferentes espaços
sociais como associações de bairro, igrejas e centros comunitários, para evitar
grandes deslocamentos e facilitar o acesso para os alunos.
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