Um dia depois de disparar contra o presidente da
República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas redes sociais, o presidente
nacional do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força
Sindical, subiu ainda mais o tom em relação ao governo. À CNN, Paulinho
criticou a resposta de Lula à inflação de alimentos, atacou o ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, e se queixou da falta de diálogo do Executivo com o
Congresso.
“O governo está completamente doido. E a equipe é
ruim. Não tem diálogo, o presidente não fala com ninguém. O presidente se
trancou em casa”, afirmou Paulinho, prometendo manter o tom duro contra o
Planalto de agora em diante.
No fim de semana, Paulinho da Força gravou um vídeo
para as redes sociais, criticando duramente Lula e queixando-se diretamente de
Haddad. O dirigente pegou embalo na fala do presidente sobre a inflação dos
alimentos, sugerindo que o consumidor deixe de comprar produtos que estiverem
caros.
“Não dá para por a culpa no povo. A culpa da
inflação é do presidente da República. Se está ruim, demite seu ministro da
Economia. Manda o Fernando Haddad embora e põe alguém [no cargo] que possa
tocar a economia. Se você [Lula] pensa que a economia está boa, vai lá no
mercado ver o preço dos alimentos”, disse Paulinho na gravação.
As falas de Paulinho chegam em meio à crise de
popularidade enfrentada pelo presidente Lula e aos esforços do governo para
afinar a relação com o Congresso. O Solidariedade e Paulinho da Força apoiaram
Lula na eleição presidencial de 2022. O partido, entretanto, acabou ficando
fora dos ministérios, assumindo cargos no segundo escalão. Apesar do endosso a
Lula na eleição, a sigla tem histórico de alinhamento a governos de centro e
centro-direita.
À CNN, Paulinho prometeu gravar mais vídeos
semelhantes a cada quinze dias, reforçando as críticas ao governo daqui para
frente. Ele negou que as falas representem um “desembarque” do Solidariedade da
base governista. “Não desembarcamos do governo, porque nunca embarcamos”,
concluiu.
Quarto presidente
Paulinho
da Força, presidente do Solidariedade – um dos primeiros partidos a apoiar a
candidatura de Lula em 2022 –, disse, um dia após disparar um vídeo em que
critica o governo Lula, não estar disposto a sentar para conversar o
presidente. O governo já foi criticado por dirigentes do PSD, Republicanos e
PP.
Chamando Lula de “companheiro”, Paulinho diz na
gravação que está difícil defender o presidente, lembra que Lula prometeu que o
povo picanha, acusa o petista de estar culpando o povo pelo preço dos alimentos
e ainda pede a cabeça de Fernando Haddad.
O vídeo provocou reações entre governistas e
petistas. Um dirigente do PT ligou para a ex-deputada federal Marília Arraes
(Solidariedade-PE) para tentar amenizar os ataques, mas o presidente do partido
que ficou de fora da distribuição de ministérios na Esplanada ainda em 2022,
tem afirmado não querer conversar. A avaliação é de que não há mais espaço para
o diálogo.

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