A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou nesta
sexta-feira, 21, que há perseguições ao marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL). A fala se deu durante o primeiro Seminário de Comunicação do partido, em
Brasília. Ela foi a primeira convidada do segundo dia do evento e subiu ao
palco depois do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto.
Quando perguntada se teme que Bolsonaro seja preso,
Michelle fez um trocadilho com o Supremo Tribunal Federal (STF) ao afirmar: “Só
o supremo poderoso que poderá dizer”. Ela também mencionou que os dois nunca
mais tiveram um dia de paz.
O ex-presidente é um dos 34 denunciados pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta trama golpista planejada para
mantê-lo no poder. O caso será julgado pelo STF.
“[Bolsonaro] sabe do potencial que nosso Brasil tem.
E por isso que ele está aqui, passando por tantas dificuldades e tantas
perseguições. Nunca mais tivemos um dia em paz. Mas louvado seja Deus, porque
nessa luta, nesses dias tão difíceis, o senhor tem nos forjado e nós estaremos
de pé”, afirmou Michelle.
A primeira-dama também criticou o governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a alta dos alimentos. “A partir do
momento que o governo mexe no prato das famílias, das pessoas mais simples, é
uma crueldade muito grande”, disse Michelle, que se referiu a Bolsonaro como
“ex-futuro-presidente” do Brasil. De acordo com ela, o marido não tem um
projeto de poder, mas “paixão pelo Brasil”.
Além da denúncia apresentada na última terça-feira,
Jair Bolsonaro está inelegível até 2030, por decisão do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), em razão de dois episódios de abuso de poder político e uso
indevido dos meios de comunicação, em uma reunião com embaixadores e em um
evento de 7 de Setembro.
No primeiro dia do evento do partido, nesta
quinta-feira, ele discursou e afirmou estar com a “consciência tranquila”.
Também sinalizou contra a possibilidade de ser substituído como líder da
direita em 2026. “Caguei para a prisão”, declarou.
Michelle Bolsonaro nunca ocupou um cargo político.
Ela é presidente do PL Mulher e, segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ),
seu enteado, é cogitada como um “nome viável” para 2026.
Nos depoimentos que fazem parte de seu acordo de
delação premiada com a Polícia Federal (PF), o tenente-coronel Mauro Cid diz
que a ex-primeira-dama integrava uma ala mais radical do entorno de Bolsonaro.
Ela e outros aliados, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), teriam
argumentado com o então presidente por um golpe ao fim de seu mandato.
Estadão
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