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domingo, 9 de fevereiro de 2025

Mercado traz alento à Redinha com programação até o pós-carnaval



O anúncio da reabertura do Mercado da Redinha aconteceu na última quinta-feira (6), após reunião dos permissionários com as secretarias da Prefeitura, onde firmaram acordo para que o funcionamento aconteça da última sexta-feira (7), até o dia 9 de março, domingo seguinte ao Carnaval.

Para Cícera Nascimento, de 63 anos, o retorno das atividades é de extrema importância para economia local e, no seu caso, também familiar. Cícera trabalha no Mercado na companhia de sua prima, também permissionária, e reconhece que o período em que o Complexo esteve fora de funcionamento foi difícil não só para os trabalhadores do Mercado, como também para os que fornecem o material lá comercializado, os pescadores.

“Nós já havíamos comprado muita ginga para o preparo aqui no Mercado, e quando recebemos a notícia de que as portas seriam fechadas, foi muito triste pois sabíamos que perderíamos todos os peixes já pescados, e também que os pescadores teriam a queda daquelas vendas que pra eles já eram garantidas”, conta Cícera.

A permissionária iniciou os trabalhos no Mercado da Redinha há 35 anos, quando casou com o seu marido que tinha o box como herança familiar desde o seu bisavô. “O período em que o Mercado ficou fechado, que pra mim foram quase 3 anos, foi muito difícil. Complementei a minha renda vendendo marmitas, pois os R$1.200 que recebia do Município não eram suficientes”, relembra.

Cícera conta ser muito grata às pessoas que puderam se prontificar a lutar para que o Mercado reabrisse as portas, alegando também que o novo espaço precisa estar funcionando para ser usufruído por turistas e natalenses.

E é o que celebra Tereza Neuma, de 64 anos, que foi ao Mercado para conhecer o novo espaço. Tereza conta que só esteve no Mercado anos atrás quando ainda tinha a antiga estrutura e disposição, e nesta reabertura conta estar feliz com a mudança.

“Era tudo muito apertado, muito estreito, não havia todo esse espaço para a circulação como temos hoje”, conta Tereza. Mas nem todos os públicos se agradaram com o Mercado. Na opinião de Kátia Nunes, de 40 anos, há melhorias para serem feitas nas questões operacionais do local. “É preciso existir mais opções de bebidas, e também melhores opções”, conta Kátia, que veio de Pau dos Ferros para conhecer o espaço. “Mas o ponto visual realmente é impressionante, a beleza do espaço e da vista fazem a vinda valer a pena”, conta.

E foi para que as melhorias tenham chances de acontecer que Ozeni Florêncio Silva, de 51 anos, se esforçou incansavelmente para que o Mercado pudesse reabrir suas portas. A presidente da associação dos permissionários da Redinha representou a classe nas reuniões com os representantes do Município, e lembra com emoção dos dias celerados em que correu contra o tempo para que o Complexo retornasse o seu funcionamento.

“Fomos para a rua, fizemos protesto, mas só tivemos apoio quando o secretário municipal de Governo, Sérgio Freire, compadeceu com o nosso caso e tomou frente da parte jurídica, que por fim nos permitiu voltar a trabalhar”, conta Ozeni. Com o fechamento prematuro do espaço, Ozeni tinha receio que o cenário acabasse afetando os seus colegas do Mercado da mesma forma que eles foram afetados no período em que esteve fechado para a construção. “Muitos colegas entraram em depressão pela escassez financeira que lidaram nesse período”, lembra.

Dos 33 permissionários que existiam em 2022, quando o Mercado fechou para a reforma, apenas 16 retornaram com a reabertura em dezembro, e mais 4 na reabertura nesta sexta-feira (7). Parte dos permissionários não retornaram ao trabalho no Mercado por falta de infraestrutura para equipar os seus espaços. “Com o tempo parado, sabemos que o material pode se perder, um freezer pode quebrar, e são coisas que pesam no orçamento”, conta a representante dos permissionários.

Ozeni também explica como está o funcionamento dos boxes. Hoje os 20 permissionários ocupam 8 boxes, sendo 2 permissionários por espaço. “Nós conseguimos essa alteração nas últimas reuniões. No acordo anterior, na abertura de dezembro, cada espaço era dividido entre 4 permissionários”, conta.

A alteração foi realizada para que os lucros possam ser divididos entre um número menor de famílias. Sobre o acordo firmado para a manutenção do espaço, Ozeni conta que os permissionários de cada box são responsáveis pela manutenção e limpeza de seus espaços, sendo a empresa gerenciadora do Festival Gastronômico Boteco do Natal os responsáveis pela limpeza e manutenção do espaço do Complexo em si. “Dos R$ 20 do valor do produto, como a ginga com tapioca, R$ 16 são do permissionário e R$ 4 para a empresa gerenciadora”, explica Ozeni.

Para a reunião em que foi firmado o acordo entre permissionários e Prefeitura, estiveram presentes Arthur Dutra, secretário municipal de Concessões, Parcerias, Empreendedorismo e Inovação (SEPAE), Sérgio Freire, secretário municipal de Governo; Felipe Alves, secretário de Serviços Urbanos (Semsur); a vereadora Samanda Alves e oito representantes dos permissionários do Mercado da Redinha.

De acordo com a divulgação primária da Prefeitura, o segundo edital de licitação da Concessão do Complexo da Redinha deve ser lançado até o próximo dia 26, quando completa 30 dias da suspensão do funcionamento do Mercado.

Tribuna do Norte

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