O transplante de medula óssea é um procedimento essencial
que pode salvar vidas de pessoas acometidas com cerca de 80 doenças, como
leucemias, linfomas e síndromes de imunodeficiência. No Brasil, o número de
doadores registrados tem crescido significativamente, refletindo um aumento na
conscientização sobre a importância desse ato.
Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas no Rio
Grande do Norte, o estado passou de 572 doadores em 2023 para 1.074 cadastrados
no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) até o primeiro
semestre de 2024. No país, o quantitativo alcança mais de 5,5 milhões.
A médica hematologista Valquíria Bandeira destaca
que, mesmo diante do avanço no número de doadores, a busca por um doador
compatível ainda representa um grande desafio para os pacientes. “A maior
dificuldade que o paciente oncológico enfrenta é encontrar o doador ideal, seja
entre os familiares ou através do banco de doadores, como o REDOME”, explica a
médica. Atualmente, mais de 650 pessoas no Brasil aguardam por um doador.
“Quanto mais doadores cadastrados, mais chances um paciente tem de encontrar a
compatibilidade necessária para o transplante”.
A medula óssea é o tecido esponjoso encontrado no
interior de alguns ossos, responsável pela produção das células sanguíneas
(glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Quando a medula não
consegue produzir essas células devido a doenças como leucemia, anemia
aplástica ou linfoma, o transplante de medula óssea pode ser a única esperança
para a cura. Este procedimento consiste na substituição da medula doente ou
deficiente por uma saudável, doada.
“A busca de um doador compatível geralmente começa
com os familiares, que se inicia com irmãos e pode também ser feita com os
pais. Não tendo o doador aparentado ideal, ou seja, fazendo o exame de
compatibilidade e não tendo esse doador na família possível, a gente vai para o
banco de doadores brasileiro e também mundial, que é o REDOME, com os doadores
não aparentados”, explica a médica hematologista especialista em transplante de
medula óssea.
Como se tornar um doador?
Para se tornar um doador de medula óssea, basta ter
entre 18 e 35 anos, estar em boas condições de saúde e realizar um simples
exame de sangue para verificar a compatibilidade genética com pacientes que
necessitam do transplante. O cadastro pode ser feito diretamente nos
hemocentros ou por meio do aplicativo REDOME, que facilita o processo de
inscrição e o acompanhamento das etapas.
Em Natal, dois hemocentros são cadastrados pelo
REDOME para a doação voluntária de medula óssea. O Hemonorte, localizado na
Avenida Almirante Alexandrino de Alencar, 1800, no bairro Tirol, funciona de
segunda a sábado, das 7h às 18h. Já o outro ponto é a Hemovida, localizada na
Avenida Nilo Peçanha, 199, no bairro Petropólis, com atendimentos de segunda a
sexta-feira, das 8h às 16h.
Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário