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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Atraso na recuperação da Estrada de Pipa causa congestionamentos



As obras de recuperação da RN-003, que liga Goianinha à Pipa, devem ser concluídas até o próximo dia 31, de acordo com informações do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER-RN). Prevista inicialmente para entrega em dezembro de 2024, a obra foi suspensa no mês passado, pouco antes do Natal, devido ao aumento no fluxo de veículos na via durante o período de final de ano, com previsão de retorno no último dia 2. O DER informou que os trabalhos foram retomados e disse que cumpre o “cronograma estabelecido, até o final de janeiro”.

As longas filas de veículos que se formam no acesso ao principal destino turístico do litoral Sul potiguar são alvo de reclamação por parte dos motoristas, conforme vídeos que circulam na internet. O DER explicou que está sendo feita a substituição e reforço de solo, drenagem e asfaltamento. No trecho já pronto, será aplicada a sinalização nos próximos dias. Sobre os transtornos à população, o órgão esclareceu somente que “os desvios feitos estão sendo seguidos e estão em funcionamento”. Os atrasos para a entrega da estrada recuperada têm gerado críticas por parte do trade turístico.

Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do RN (ABIH-RN), Edmar Gadelha, os impactos experimentados na obra “são extremamente danosos e negativos”. Gadelha lembra que o contrato da obra foi assinado em maio de 2024, tendo como escopo da licitação o serviço de reciclagem e recapeamento asfáltico, com extensão de quase 19 quilômetros, de Goianinha a Tibau do Sul. “A obra deveria ser executada no prazo mínimo de 90 dias ou máximo de 180 dias, dependendo da complexidade encontrada no curso da execução”, relembra.

“O governo anunciou a entrega para o dia 20 de dezembro, justamente às vésperas da alta estação, de suma importância para toda a cadeia produtiva do turismo, cujo destino tem como principal acesso justamente essa rodovia. Lamentavelmente, observou-se a paralisação da obra pelo menos três vezes, resultando no inevitável atraso”, completa Edmar Gadelha. Ele diz que a hotelaria espera medidas emergenciais para a conclusão das obras. “Como consequência [dos atrasos], a gente tem o caos instalado ao longo do trajeto e transtornos de toda a ordem para os turistas”, fala.

George Costa, presidente da Câmara Empresarial do Turismo (CET), da Fecomércio RN, avalia que a forma como a obra foi programada passa a impressão, para os visitantes, de que os serviços turísticos do Estado são de má qualidade. Segundo ele, faltou planejamento. “Primeiro, houve uma lentidão extrema para o início da obra. Segundo, todos nós sabemos do aumento absurdo do fluxo de veículos nos meses de dezembro e janeiro, então, não houve prioridade para recuperar a estrada. E, por fim, o desvio utilizado não deveria ser da forma como está sendo feito”, critica.

Costa disse que falta uma via alternativa que garanta infraestrutura mínima para que os usuários escapem de congestionamentos. “O desvio é feito no meio de um canavial, com um sistema de siga e pare, mas aquela área tem espaço para fazer desvios vicinais”, afirma, ao mencionar os efeitos para o trade. “O turista chega a Pipa com um humor não muito propício. E, infelizmente, propagandas negativas correm muito rápido entre os grupos de quem reclama, os quais acabam escolhendo outros lugares para viajar”, pontua.

Grace Gosson, do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Rio Grande do Norte (SHRBS-RN), disse que, ao ter uma experiência negativa no acesso às praias, o turista cria uma imagem de que o destino carece de organização e de infraestrutura, fazendo com que ele leve essa percepção negativa para casa e para os amigos e familiares. “Assim, futuramente, ele escolherá outro destino mais acessível e mais ordenado. Além disso, dificulta a acessibilidade com o aumento do tempo de viagem e com desvios na rota, e apresenta maior risco de acidentes, pois obras inacabadas na pista colocam em perigo a população e os turistas”, sublinha Gosson.

Segundo o DER, a medida de suspensão da obra em dezembro foi tomada por causa do aumento no fluxo de veículos no período de final de ano. Ainda de acordo com o órgão, a medida tinha como objetivo reduzir o risco de acidentes em razão de máquinas na pista e a empresa responsável pelos serviços foi orientada a retirar todo o maquinário da via. Os serviços foram suspensos com 60% de conclusão. “Após esse período de final de ano, a obra foi retomada”, disse o DER, sem mencionar qual o percentual já concluído até o momento.

 

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