O senador Styvenson Valentim (Podemos) classifica
como “repugnante” o planejamento de golpe de Estado no Brasil. O relatório da
Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL), pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe
de Estado e organização criminosa. O ex-presidente nega as acusações.
O parlamentar não se manifestou nas redes sociais,
mas em conversa com o Diário do RN, o senador se posiciona totalmente contra os
fatos que vêm sendo expostos a partir de investigação da Polícia Federal. Ele
afirma que não há como defender: “se tivesse acontecido, a gente não estaria
conversando não”, disse.
“Em resumo, uma patuscada repugnante. É de uma
repugnância você ler, você ouvir, você abrir um jornal e ver general, gente que
teve uma formação, que passou pelas frentes militares para defender o nosso
país, o nosso povo, vem fazer uma palhaçada dessa, não acreditar na democracia.
A democracia é só para quem? Só quando ganha? Quando perde não é democracia
não? Aí é golpe?”, questiona o senador.
As comprovações de atuação de Bolsonaro na
articulação do golpe, conforme relatório da PF divulgado nesta terça-feira
(26), aumentam, segundo Styvenson, as suspeitas. “Até agora ninguém negou o fato,
ninguém negou o que aconteceu, ninguém negou as mensagens, ninguém negou que
planejaram, ninguém negou que pensou, ninguém disse que é mentira, porque a
quantidade de provas obtidas é tão robusta que eles estão discutindo já outra
estratégia. De dizer que foi um pensamento. Que espécie de pensamento é esse,
obcecado, obsessão de pensar todos os dias em destituir um governo, matar
pessoas?”, levanta o parlamentar.
Styvenson complementa que não há que se
descredibilizar o trabalho da Polícia Federal: “Se você não acreditar no
relatório da Polícia Federal, você vai acreditar em quê? Sinceramente eu não
sei, porque até ontem a Polícia Federal era uma instituição altamente
reconhecida. Quando fez a Lava Jato era a polícia mais reconhecida. No governo
Bolsonaro era a polícia mais reconhecida. Agora perdeu a credibilidade? É igual
é igual a história das urnas. As urnas só estão falsificadas quando perco,
quando eu ganho ela está boa, é? Não faz sentido”.
Apesar de ponderar e opinar que “a instituição
[Forças Armadas] não são aqueles generais, os coronéis, não são essas pessoas
não”, Styvenson coloca que as bancadas bolsonaristas nas casas legislativas não
se manifestam porque “foram eleitos por Bolsonaro. É claro que não vão se
manifestar”, diz ele. No entanto, se afasta do grupo: “Eu não tenho nada a ver
com bolsonarismo, eu não tenho nada a ver com essas ideias aí de ficar tramando
contra a democracia, contra o povo, que conversa é essa de tomar o poder assim?
Não!”.
“Eu acho que não há como defender com a coisa que
está tão explícita. Ainda bem que não houve, porque senão eu não estava
conversando com você não. Senão, a gente não estaria falando desse assunto não,
estaria todo mundo na masmorra. E eu, por não ser bolsonarista, poderia estar
também. Não é só de esquerda não. É quem fosse contra a qualquer ideia deles”,
alerta o senador.
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