A diferença de expectativa de vida entre mulheres e
homens no Brasil – que já foi de 7,8 anos em 2000 – deve cair para a 4,4 anos
em 2070 (veja o infográfico acima).
Os dados constam da versão mais recente do documento
“Projeções de População”, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) e elaborado com base no Censo de 2022.
Qual é a atual expectativa de vida? A pesquisa
registrou que, em 2023, a expectativa de vida média para homens era de 73,1
anos; para as mulheres, 79,7.
E em 2070? O IBGE projeta aumento da expectativa
média para ambos os sexos: 81,7 para homens e 86,1 para mulheres.
Por que as mulheres vivem mais do que os
homens?
Essa diferença na expectativa de vida entre os dois sexos não é exclusividade
do Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2023, a média das
expectativas de vida ao nascer da população mundial era de 75, 8 anos para
mulheres e de 70,5 anos para homens.
Entre os fatores que explicam a
discrepância, estão:
- fatores
biológicos (como a resistência ou suscetibilidade a determinadas doenças);
- a
procura por médicos para a realização de exames preventivos;
- e
até comportamento social – na Rússia, por exemplo, o alcoolismo é um dos
maiores causadores de óbitos no país, sendo os homens as maiores vítimas
da doença.
No Brasil, também têm impacto
significativo:
- as
altas taxas de homicídios;
- e
os acidentes de trânsito.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública
mostram que, em 2023, 91,4% das mortes violentas vitimaram homens – as
mulheres representaram 8,6% do total.
Para o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, que
trabalhou por 20 anos como pesquisador no IBGE, a previsão de diminuição da
diferença de expectativa no Brasil está relacionada à expecativa de ações para
solucionar esses problemas.
“Esses fatores ampliam a diferença na expectativa de
vida entre homens e mulheres. A previsão é que, no futuro, as políticas
públicas sejam mais eficientes e reduzam ainda mais essa diferença”, diz o
especialista.
Apesar disso, a assimetria na expectativa de vida
entre os dois sexos ainda deve continuar. “A diferença deve, sim, diminuir, mas
ela é muito alta para ser totalmente zerada”, afirma Alves.
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