segunda-feira, 30 de setembro de 2024

MONTE DAS GAMELEIRAS - PM prende homem por violência doméstica e porte ilegal de arma

 


Policiais militares do 8º BPM em Monte das Gameleiras atenderam, no domingo 29, a uma denúncia de que um homem estava ameaçando uma mulher com uma arma de fogo em uma rua da cidade, em um caso de violência doméstica.

Ao chegarem ao local, os policiais abordaram o suspeito, que portava um revólver calibre 38 com três munições. A vítima, ex-companheira do homem, relatou que ele apontou a arma para o seu rosto e ameaçou matar seus filhos, que são crianças.

O suspeito foi preso e levado à delegacia, junto com a vítima, para que as medidas legais fossem adotadas.

A ação dos policiais garantiu a segurança da mulher e dos filhos.

Violência doméstica cresce no RN apesar de avanços da Lei Maria da Penha

A Lei Maria da Penha, sancionada há 18 anos, transformou a abordagem da violência doméstica no Brasil, estabelecendo novas formas de proteção para as vítimas. No entanto, os dados do 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que, apesar desses avanços, o número de mulheres ameaçadas de violência e os casos de feminicídio continuam a crescer no Rio Grande do Norte.

Em 2023, o número de mulheres ameaçadas de violência no RN cresceu 20,2%, passando de 8.348 em 2022 para 10.036 casos. O aumento também se refletiu nos casos de feminicídios, que subiram de 16 para 24 no último ano. Além disso, foram registradas 42 tentativas de feminicídio.

Segundo o anuário, 64,3% dos feminicídios ocorreram nas residências das vítimas, 21,43% na rua e 14,3% em outros locais, muitas vezes diante dos filhos das vítimas.

Mesmo com a aplicação da Medida Protetiva de Urgência (MPU), nove vítimas de feminicídio entre 2022 e 2023 estavam sob proteção no momento em que foram assassinadas. Em 2023, foram solicitadas 6.806 medidas protetivas no RN, com 5.845 concedidas, o que equivale a uma média de 16 por dia. Esse número representa um aumento de 30% em relação a 2022, quando foram concedidas 4.488 medidas.

O Anuário também aponta um aumento de 13,3% nos casos de lesão corporal dolosa contra mulheres, com 3.145 ocorrências em 2023, em comparação com 2.777 em 2022. Os casos de stalking (perseguição), que afetam predominantemente mulheres, cresceram 50%, passando de 761 em 2022 para 1.155 em 2023.

A promotora de Defesa da Mulher do RN, Érica Canuto, ressaltou que a Lei Maria da Penha alterou significativamente o enfrentamento da violência doméstica. “Antes, a violência era vista como um problema doméstico, e ninguém se envolvia. Não se sabia o tamanho dessa violência e como ela era danosa para a vida das mulheres e seus filhos. A Lei mudou tudo ao dizer que é sim um problema público: de segurança pública, de saúde pública, de importância pública”, afirmou.

Para ela, a legislação articulou os serviços de rede e a MPU, que aumenta as chances da mulher permanecer viva após um relacionamento abusivo ou ameaça. “A medida protetiva salva vidas. É uma ordem judicial para que o homem não se aproxime da mulher, não vá atrás dela, não procure saber da vida, não fale mal, não divulgue fotos íntimas, saia de casa, se afaste, parando a violência”.

A promotora reafirmou o apoio à Lei e à Maria da Penha, que continua a ser um ícone na defesa dos direitos das mulheres no Brasil. “Hoje, declaramos apoio à Lei Maria da Penha, pois essa lei tem salvado muitas vidas de mulheres em todo o país. Também apoiamos Maria da Penha, que, apesar de ataques e ameaças à sua integridade física e psicológica, está sob proteção estatal”, finalizou Érica Canuto.

Agora RN

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