Uma família não conseguiu
liberar o corpo de um idoso do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal,
mesmo 24 horas após a morte dele. O motivo: não ter conseguido registrar um
Boletim de Ocorrência (BO) devido à paralisação da Polícia Civil em todo o
estado nesta terça-feira (23).
O boletim foi solicitado,
segundo a família, porque Maxuel de Lima Cortez, de 63 anos, morreu após ser
internado por conta de uma queda, que resultou na fratura do fêmur, o que torna
o documento necessário para que seja autorizado exame e consequente laudo do
Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep).
A família contou que o
idoso morreu por volta das 19h30 de segunda-feira (22). Desde então, eles foram
a quatro delegacias, sendo duas em Natal e duas em São José de Mipibu, na
Região Metropolitana, mas não conseguiram registrar o caso.
Os policiais civis
paralisaram as atividades na manhã desta terça-feira (23), e nenhuma delegacia
do estado abriu para atendimento ao público tanto pela manhã quanto pela tarde.
Os registros on-line também foram afetados, já que não havia policiais civis
para homologação dos boletins.
A sobrinha de Maxuel, a
recepcionista Ivanyelle de Lima, explicou que a família recebeu a recomendação
do hospital de que era necessário o boletim de ocorrência para a liberação do
corpo para o Itep. Eles receberam da unidade de saúde uma solicitação do exame
cadavérico.
“Fomos encaminhados para
fazer um BO para o corpo do meu tio ser liberado, mas com a greve dos policiais
até o momento não estamos conseguindo. Já rodamos algumas delegacias em São
José de Mipibu, aqui em Natal, e até o momento não tivemos um retorno”, disse.
A família procurou na
noite desta terça-feira (23) a Central de Flagrantes de Natal, que foi reaberta
no turno da noite após passar o dia fechada por conta da mobilização dos
policiais. Até a atualização mais recente desta matéria, a família aguardava
para conseguir realizar o BO, e o corpo não havia sido liberado.
Maxuel fraturou o femur na
quarta-feira passada, quando foi para a UPA de São José de Mipibu, cidade onde
morava, e em seguida foi transferido para o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.
“A gente está passando por
um momento de luto e ainda ter que, desde ontem [terça], correr atrás, pra ter
uma resolução. É uma impotência. A gente vai para um lado e para o outro e não
consegue resolver”, lamentou Ivanyelle.
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