A Polícia Federal informou
nesta quinta-feira (4) que recapturou, em Marabá (PA), os dois
fugitivos que haviam escapado da Penitenciária Federal de Mossoró,
no Rio Grande do Norte.
Marabá, no Sudeste do Pará, fica a mais
de 1.600 quilômetros de distância de Mossoró. Um
trajeto em "linha reta" entre as duas cidades passa por pelo
menos cinco estados: além de Pará e Rio Grande do Norte, também por Ceará,
Piauí e Maranhão – e, a depender do trajeto, pelo Norte do Tocantins.
A operação envolveu o monitoramento de três
veículos que, segundo as investigações, davam cobertura à fuga – ao todo, seis
pessoas foram presas nos três carros. Um dos foragidos foi capturado
pela PF, e outro, pela PRF.
Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos, e Deibson
Cabral Nascimento, 33 anos, tinham fugido do presídio no dia 14 de fevereiro –
foram 50 dias até a recaptura.
"Na tarde desta quinta-feira (4), em uma ação
conjunta das polícias Federal e Rodoviária Federal, foram presos, em Marabá
(PA), os foragidos do Sistema Penitenciário Federal Rogério Mendonça e Deibson
Nascimento", informou a PF em nota oficial.
Os suspeitos foram presos na ponte que atravessa o
Rio Tocantins. A abordagem ocorreu neste local para evitar a fuga pelo rio. Com
o grupo, foi apreendida uma arma, dinheiro e celulares (veja no vídeo abaixo).
À colunista do g1 Andréia Sadi, o
ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, disse que as
prisões configuram "uma vitória do Estado brasileiro sobre o crime
organizado".
Criminosos devem ser devolvidos a
Mossoró
Investigadores informaram à TV Globo que
a dupla de fugitivos deve ser devolvida a Mossoró – e que essa transferência
seria uma "questão de honra" para o Ministério da Justiça, que
coordena o sistema penitenciário federal.
Os dois presos, originalmente do Acre, estavam na
unidade desde setembro de 2023 e integram a facção criminosa Comando Vermelho.
Os dois abriram passagem por um buraco atrás de uma
luminária do presídio e cortaram duas cercas de arame usando ferramentas de uma
obra que ocorria no local para escapar.
Foi a primeira fuga registrada na história do
sistema penitenciário federal, que inclui ainda penitenciárias em Brasília
(DF), Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO).
Recaptura envolveu força-tarefa
Após a fuga, autoridades locais e federais criaram
uma força-tarefa para capturar os fugitivos. O grupo incluía a Polícia
Federal, Polícia
Rodoviária Federal, Polícia Civil e Polícia Militar do estado.
A Força Nacional também foi enviada para ajudar na
operação, mas deixou a força-tarefa em 30 de março, após 46 dias de buscas.
Segundo o Ministério da Justiça, a partir de então, as buscas passaram a ser
focadas em ações de inteligência.
Segundo um levantamento da GloboNews, apenas com as
forças federais, a operação custou R$ 2,1 milhões aos cofres públicos. Veja
abaixo:
- Polícia
Federal: R$ 497.812
- Secretaria
Nacional de Políticas Penais (Senappen): R$
372.218,62
- Força
Nacional: R$ 1.245.549
- Total:
R$ 2.115.579
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