Com informações do Diário do Poder
O MST anunciou que, nesta sexta-feira (8), supostas
500 famílias invadiram a fazenda “Aroeiras”, localizada em Lagoa Santa, na
região metropolitana de Belo Horizonte (MG). As integrantes do MST justificaram
a invasão devido à demora do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na
realização de uma reforma agrária. Atualmente, mais de 5.000 famílias
permanecem acampadas em Minas Gerais, aguardando o assentamento definitivo.
Essa ação foi coordenada pelas trabalhadoras rurais em comemoração ao Dia das
Mulheres.
“Estamos aqui
hoje nessa ocupação protagonizada pelas nossas mulheres em função do 8 de
março, mas também em função dos travamentos da nossa pauta da reforma agrária”,
afirmou Maria Eni, da direção do MST em Minas Gerais.
A gestão do governador de Minas, Romeu Zema (Novo),
também foi criticada pela direção estadual do movimento, por priorizar a
concessão de terras às mineradoras.
“Ocupamos porque as terras e os bens da natureza de
Minas são do povo mineiro, e não para Zema seguir entregando às suas aliadas,
as mineradoras”, declarou Luana Oliveira, também da direção mineira do MST.
Segundo Luana, os conflitos de terra no Estado
permanecem sem solução, e a “ocupação” da fazenda por famílias mineiras tem
como objetivo usufruir dos recursos naturais e pressionar pela reforma agrária.
“Esse importante gesto de coragem das famílias e do
MST em Minas Gerais é, sem dúvida, a alternativa mais legítima de lutar pelo
direito à terra. Ocupamos para plantar árvores e alimentos, cuidar das águas
nessa região metropolitana tão carente desse recurso, que já foi tão
abundante”, declarou Luana.
De acordo com os sem-terras, a propriedade
encontrava-se abandonada, o que implicava que sua função social não estava
sendo cumprida, conforme estabelecido no artigo 186 da Constituição
Federal.
A insatisfação dos trabalhadores rurais com o
governo persiste desde o início do atual mandato. O líder do MST, João Pedro
Stédile, declarou no final do ano passado que 2023 registrou o menor número de
famílias assentadas no Brasil desde a fundação do MST em 1984. No entanto, essa
informação foi contestada pelo ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento
Agrário).

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