Portal 96
Alvo da Operação Brianski, um grupo de ladrões
russos ostentava vida de luxo em uma mansão avaliada em R$ 10 milhões,
localizada em um condomínio fechado em Fortaleza (CE). A coluna apurou que o
imóvel pertenceu à cantora sertaneja Simone Mendes.
Com os criminosos, os policiais federais apreenderam
US$ 223.944 (equivalente a pouco mais de R$ 1 milhão na cotação atual), R$ 55
mil, além de relógios de luxo e celulares.
Segundo a Polícia Federal (PF), os russos se uniram
a alguns brasileiros para lavar dinheiro oriundo de crimes praticados no
exterior, mediante o uso de criptomoedas.
Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão —
seis em Florianópolis (SC), dois em Goiânia (GO) e outros dois em Eusébio (CE).
Em relação aos quatro principais investigados, foram decretadas diversas
medidas, como monitoramento eletrônico e proibição de deixar o país e de
transacionar criptoativos.
Também foi determinado o sequestro de bens, tais
como casas e apartamentos de alto padrão, terrenos e automóveis de luxo
adquiridos pelos investigados no Brasil. Além disso, ainda foram decretados os
bloqueios de contas bancárias vinculadas a 25 pessoas físicas e jurídicas, além
de contas em exchanges, visando ao sequestro de valores em moeda nacional e de
criptoativos.
As investigações tiveram início com a informação de
que cidadãos russos teriam fixado residência em Florianópolis para usufruir de
recursos oriundos de crimes supostamente praticados no país de origem.
Durante as apurações, os policiais descobriram que
os principais investigados foram condenados na Rússia por crimes assemelhados a
fraude e tentativa de roubo.
Após conseguirem se radicar no Brasil, os suspeitos
passaram a integrar quadros societários de empresas e a adquirir bens móveis e
imóveis, alguns deles por meio de vultosos pagamentos em espécie.
A PF ainda descobriu que a integralização dos
recursos oriundos da lavagem de capitais foi operacionalizada por brasileiros
que se utilizaram de empresas sediadas no estado de Goiás. As movimentações
financeiras realizadas pelos investigados e pela intermediadora brasileira
tinham origem em transações de criptomoedas.
Nessas contas exchange, os criptoativos eram
recebidos e convertidos em moeda nacional para posteriormente serem transferidos
para as contas dos investigados estrangeiros no Brasil, de seus familiares e de
suas empresas, bem como para a compra de bens imóveis de alto padrão e de
automóveis de luxo, alguns deles registrados em nome de terceiros.
O crime investigado é o de lavagem de dinheiro, que
prevê pena de até 10 anos de reclusão e multa.


Nenhum comentário:
Postar um comentário