Agora RN
Com o uso de viagens por aplicativos cada vez mais
comum na capital do Rio Grande do Norte, usuários são atraídos pelo preço baixo
da modalidade de motocicletas em
comparação com viagens de carro. O AGORA RN entrou em contato com usuários dos
aplicativos de transporte para entender como eles avaliam esses serviços.
Para o universitário Fernando Azevêdo, andar de moto
por meio dos aplicativos é mais prático. Ele contou que costuma utilizar o meio
de transporte quase todos os dias e que prefere a modalidade de motocicleta.
“Prefiro porque é mais acessível e mais rápida. Uso muito as plataformas de
transporte porque, infelizmente, não me sinto seguro andando na rua à noite”,
relatou.
O estudante disse que já leu e ouviu diversos
relatos de situações inoportunas e por isso tem receio, mas continua utilizando
a modalidade de moto. “Se o carro fosse tão acessível quanto a moto, com
certeza eu andaria de carro. Quanto ao perigo de acidentes, acho que depende
muito da condução do motorista e do trânsito”, argumentou.
Ele pontua a importância de utilizar o capacete, mas destaca o cuidado ao usar
o equipamento de proteção. “Uso sempre uma touca de cetim para amenizar os
efeitos disso no meu cabelo, senão ele ficaria todo amassado”, ressaltou.
Já para a estudante Gabrielly Venceslau, se
locomover de moto por meio dos aplicativos é sinônimo de insegurança, além
disso, não se sente à vontade no veículo. “Eu não ando porque além de não me
sentir à vontade com toda a proximidade com um estranho, não acho seguro, tenho
medo de acidente”, disse.
“Por mais que as pessoas falam que é mais rápido a
moto, é um veículo que eu vou estar sozinha com o motorista e isso me deixa
insegura”, completou. Gabrielly também afirmou que não costuma realizar viagens
por aplicativos quando está sozinha, pois sente muita insegurança ao viajar
desacompanhada.
Desde 2020, aplicativos de viagens como o Uber
anunciaram a chegada ao Brasil do serviço da modalidade com motocicletas. Em
Natal, o início foi em fevereiro de 2022, assim como em Mossoró, no Oeste
Potiguar. De acordo com a empresa, a categoria é a opção mais econômica para os
usuários e afirma que o serviço conta com todos os recursos de segurança do app
para usuários e motoristas parceiros.
A estudante universitária Rebeca Almeida concorda e
conta que utiliza a modalidade especialmente pelo preço, que tende a ser o mais
baixo da plataforma, e pela rapidez dos deslocamentos. “É o meio de transporte
que mais utilizo, é ao menos uma vez por semana. Eu uso também porque gosto de
motos, o preço normalmente é menos da metade do carro e eu chego nos lugares
bem mais rápido também”, completou.
No entanto, Rebeca ressalta que a segurança não é a
principal qualidade da categoria das viagens por moto. “Dizer que é seguro
seria exagero, pelo baixo preço e pela rapidez a gente acaba deixando a
segurança um pouco de lado, mas 90% dos motoqueiros que andei até agora eram
super prestativos e corretos no trânsito”, concluiu.
Após boom em viagens, venda de
motocicletas registra aumento em 2023
“É uma das alternativas que paga muito bem”, afirmou
o piloto de moto por aplicativos Marcos Veras. Ele trabalha por meio do app
Uber há mais de um ano e conta que diariamente, faz cerca de 20 a 25 corridas e
consegue uma boa renda a partir da atividade, além de ter a oportunidade de
escolher os próprios dias de folga.
Segundo o piloto, comparado aos outros trabalhos que
teve, a função que exerce hoje paga ainda melhor. “Referente a outros
trabalhos, ele [o app Uber] paga melhor. É pago por quilômetro, é em torno de 1
real por quilômetro, então você faz uma metazinha de fazer cinco, 10 ou 20
viagens por dia e dá uma diária legal”, narrou.
Antes, Marcos trabalhava em um órgão público e tinha
uma rotina de trabalho de segunda a sábado, mas viu no aplicativo uma
oportunidade melhor e uma vantagem de escolher tirar dias de folga sempre que
quisesse. “Eu trabalhava de segunda a sábado, quase não tinha folga, era muito
estressante e eu optei sair de lá pra estar rodando como motociclista porque
pra mim era mais viável”, disse.
O motociclista Leandro Soares também acredita que
trabalhar como piloto em aplicativos tem maiores vantagens. Ele contou ao AGORA
RN que consegue fazer cerca de 30 corridas por dia e que a renda que consegue
na função “dá para sobreviver”. “Eu comecei na Uber com o carro, mas quando
apareceu a modalidade de moto eu preferi porque é mais econômico”, afirmou.
Em todo o Brasil, de acordo com dados divulgados
pela Associação
Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas
e Similares (Abraciclo), entidade que representa o setor, mais de 357 mil
motos foram emplacadas nos primeiros três meses de 2023. Aumento de 30% em
relação ao mesmo período de 2022.
Em 11 anos, as vendas de motocicletas tiveram o
maior número, deixando 2023 atrás somente de 2012, quando foram licenciadas
442.512 unidades do veículo. Além disso, a fabricação de motos no primeiro
trimestre de 2023 também teve incremento em relação ao mesmo período do ano
anterior – 21,4% maior que em 2022.

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