Fonte: Observatório da Energia Solar/APER
Líder absoluto na geração de energia eólica no País,
o Rio Grande do Norte também tem se destacado e se consolidado nacionalmente
como um dos principais geradores de energia solar. Em 2023, os investimentos na
área superaram a cifra dos R$ 625 milhões. Em 2022, outros R$ 800 milhões já
tinham sido investidos, em um ritmo aquecido de aportes que ultrapassam a casa
das centenas de milhões desde 2019, conforme levantamento do Observatório da
Energia Solar, da Associação Potiguar de Energias Renováveis (Aper). Estimativa
é de que setor gere cerca de 5 mil empregos atualmente.
De acordo com José Maria Vilar, que participou da
elaboração do estudo, o Estado vive um bom momento, de estabilização em um
patamar elevado, mas, ainda assim, mantendo a perspectiva positiva de futuros
investimentos. “O setor passou por um grande ‘boom’ em anos recentes e parece
estar caminhando no sentido de uma estabilização, com crescimento mais
moderado, embora haja ainda um amplo mercado potencial a ser explorado”, aponta
o especialista, que também é vice-presidente da Aper.
Ainda segundo Vilar, o Rio Grande do Norte tem um
grande potencial para gerar ainda mais empregos. Ele estima que aproximadamente
5 mil pessoas estejam empregadas diretamente no segmento. “Utilizando-se dados
da consultoria Greener e da quantidade de CNPJs já atendidos diretamente pelo
Sebrae/RN a empresas do setor, estima-se que estejam operando no RN cerca de
500 empresas integradoras, vendendo e instalando equipamentos em todas as
regiões do estado. Considerando uma média de 10 empregos/empresa, estarão sendo
gerados no RN cerca de 5 mil empregos, ligados diretamente à atividade”, diz.
Ele acredita que há espaço para o Estado crescer
cerca de 10% em 2024 em comparação com o ano passado. “Com a continuidade na
queda da Taxa Selic e o seu reflexo sobre os juros dos financiamentos,
esperamos uma elevação nas vendas em cerca de 10% para o ano de 2024. A queda
verificada no preço dos equipamentos, associada a uma provável retomada dos
financiamentos em ritmo mais forte, além do elevado nível de satisfação por
parte de quem já utiliza a energia solar, deverão assegurar a continuidade do
crescimento do setor”, analisa.
Potência aumenta 46%
O
investimento massivo resultou em um aumento de 46,9% na potência instalada
acumulada no Estado, que passou de 381.774 kW em 2022 para 560.513 kW no ano
passado, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Com isso, o Rio Grande do Norte atinge a 7ª posição no ranking nacional de
geração de energia eólica, atrás apenas de Minas Gerais, Bahia, Piauí,
Pernambuco, Ceará e São Paulo. Para José Maria Vilar o resultado é considerado
positivo.
“O RN vem se mantendo bem posicionado em relação ao
restante do país. Levando-se em consideração a potência total já instalada até
2023 em relação a 2022, o RN cresceu 48,2%; o Nordeste, 51%; e o Brasil, 39,6%.
A potência instalada no RN representa 2,2% da potência instalada no Brasil e 10,8%
da potência instalada na região Nordeste, evidenciando a importância
proporcional que o RN ocupa na região”, considera.
Para se ter uma ideia, a potência instalada de
560.513 kW é suficiente para atender cerca de 311 mil domicílios residenciais
com conta média mensal de R$ 200, número superior à quantidade de casas em
Natal, que conta aproximadamente com 270.045 domicílios, de acordo com o último
dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2022). No RN,
Natal lidera a potência instalada (112.287 kW); seguida por Mossoró (85.453
kW); Parnamirim (52.633 kW); Caicó (20.898 kW); e São Gonçalo do Amarante
(9.817 kW).
Natal, Parnamirim e Mossoró concentram
50% das conexões
No Rio Grande do Norte, os dez principais municípios
em potência instalada respondem por 65,9% da quantidade de conexões e 60,6% da
potência instalada. Somente Natal, Mossoró e Parnamirim equivalem a 50,4% das
conexões – incluindo todas as categorias – ativas em 2023. O ritmo de avanço
tem aumentado, diz o vice-presidente da Aper. José Maria Vilar, mas ainda está
aquém do potencial potiguar. A expectativa é de quem o Estado possa crescer
nesse quesito em 2024.
“A quantidade de conexões tem avançado em ritmo bem
maior do que aquele que era inicialmente previsto há poucos anos. Mesmo assim,
há ainda um grande potencial de crescimento, pois a quantidade de conexões já
instalada no estado representa apenas 4,9% da quantidade total de domicílios”,
avalia. E complementa: “Com esse aumento de atratividade, cuja expectativa é de
que permaneça, já é observada uma retomada gradual na velocidade de aprovação e
instalação de novos projetos, tanto residenciais quanto empresariais”.
A potência acumulada instalada no Estado corresponde
a 56.405 sistemas conectados à rede no Rio Grande do Norte, um crescimento de
67,4% em comparação com 2022. A maior parte é residencial com 45.869 conexões
(81,3%); depois vem os sistemas comerciais, com 8.231 conexões (14,6%); rural,
com 1.781 (3,2%); industrial, com 334 (0,6%), e poder público, com 188 (0,3%).
De acordo com Vilar, a expectativa é de que o número
de sistemas conectados à rede aumente em 2024 por causa de uma queda no preço
médio dos equipamentos. “Com esse aumento de atratividade, cuja expectativa é
de que permaneça, já é observada uma retomada gradual na velocidade de
aprovação e instalação de novos projetos, tanto residenciais quanto
empresariais”, aponta.
No País, setor recebeu investimentos de
R$ 59,6 bi em 2023, mostra Absolar
Levantamento da Associação Brasileira de Energia
Solar Fotovoltaica (Absolar) mostrou que o Brasil recebeu no ano passado R$
59,6 bilhões de investimentos em energia solar, somando as grandes usinas e os
sistemas de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos. O
resultado representa um crescimento de 49% em relação aos investimentos
acumulados até o final de 2022 no País.
Em potência instalada, a fonte solar adicionou na
matriz elétrica brasileira um total de 11,9 gigawatts (GW), sendo 7,9 GW de
geração distribuída e 4 GW de geração centralizada. No acumulado desde 2012, o
Brasil possui atualmente 37,2 GW de potência operacional da fonte solar, sendo
25,8 GW de geração distribuída e 11,4 GW de geração centralizada.
De acordo com a entidade, em 2023 o setor solar
gerou mais de 352 mil novos empregos verdes no Brasil, espalhados por todas as
regiões do território nacional. Desde 2012, a fonte solar fotovoltaica já
movimentou mais de R$ 181,3 bilhões em negócios e gerou mais de 1,1 milhão de
novos postos de trabalho. “Os 37 GW de potência acumulada da fonte solar no
Brasil ultrapassaram a potência instalada da maior usina do mundo em 1 6 vezes,
a hidrelétrica de Três Gargantas na China, com 22,5 gigawatts (GW)”, informou a
Absolar em nota.
2024
Projeções
da Absolar apontam que, em 2024, os novos investimentos trazidos pelo setor
fotovoltaico poderão ultrapassar a cifra de R$ 38,9 bilhões, incluindo as
grandes usinas e os pequenos e médios sistemas em telhados, fachadas e
terrenos. Pela projeção da entidade, serão adicionados mais de 9 3 GW de
potência instalada, chegando a um total acumulado de mais de 45,5 GW, o
equivalente a mais de três usinas de Itaipu.
Dos 45,5 GW acumulados para o final de 2024, 31 GW
serão provenientes de pequenos e médios sistemas instalados pelos consumidores
em residências, pequenos negócios, propriedades rurais e prédios públicos, que
representarão 68% do total acumulado da fonte, enquanto 14,4 GW estarão em
grandes usinas solares, que representarão 32% do total acumulado.
Para o presidente do Conselho de Administração da
Absolar, Ronaldo Koloszuk, a fonte solar é atualmente um dos principais vetores
para acelerar a descarbonização do Brasil e ajudar o País a se posicionar como
importante protagonista da transição energética para uma sociedade mais
sustentável.
“Embora tenha avançado nos últimos anos, o Brasil –
detentor de um dos melhores recursos solares do planeta – continua muito aquém
de seu potencial solar. Há mais de 92 milhões de consumidores de energia elétrica
no País, porém atualmente menos de 3,5% faz uso do sol para gerar
eletricidade”, afirmou Koloszuk.
NÚMEROS DO RN
- Investimentos
2023: R$ 625,69 milhões
2022: R$ 800,59 milhões
2021: R$ 555,80 milhões
2020: R$ 230,14 milhões
2019: R$ 108,16 milhões
2018: R$ 32,89 milhões
2017: R$ 10,64 milhões
2016: R$ 4,30 milhões
Até 2015: R$ 3,99 milhões
Os maiores produtores no RN
Potência instalada e quantidade de
conexões
- Natal:
112.287 kW (11.773)
- Mossoró:
85.453 kW (9.585)
- Parnamirim:
52.633 kW (7.038)
- Caicó:
20.898 kW (2.063)
- Macaíba:
16.989 kW (905)
- Pau
dos Ferros: 10.406 kW (1.182)
- Assú:
11.752 kW (1.165)
- Apodi:
9.916 kW (1.139)
- SGA:
9.817 kW (1.256)
- Extremoz:
9.727 kW (1.082)
- 560.513
kW é a potência instalada acumulado no RN
46,9% foi quanto cresceu a potência
instalada acumulada em 2023
10 principais municípios potiguares em
potência instalada respondem por 65,9% da quantidade de conexões e 60,6% da
potência instalada
Sistemas conectados à rede:
2023: 56.405
2022: 38.052
2021: 18.439
2020: 6.278
2019: 2.540
2018: 837
2017: 322
2016: 150
Até 2015: 64

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