Com informações de UOL
Cada vez mais modernos e conectados, os carros hoje
têm tecnologias que trazem comodidade aos usuários, mas também podem facilitar
o furto de veículos.
A chave presencial, aquela que permite abrir as portas
e dar a ignição por aproximação, sem a necessidade de tirá-la do bolso, é um
exemplo desse perigo: bandidos conseguem literalmente clonar essa chave sem
tocar nela.
O golpe, também aplicado em computadores e outros dispositivos
eletrônicos, é um método hacker conhecido como "relay attack" e que
envolve a ação de dois criminosos.
A dupla de bandidos divide funções. Funciona assim:
o primeiro carrega na mochila um dispositivo que, ao se aproximar,
"rouba" o código da chave presencial e o transmite para outro
aparelho, que pode ser um smartphone com software específico.
Com esse aparelho, o segundo bandido, posicionado ao
lado do automóvel, consegue destravar as portas, entrar na cabine e escapar com
o carro.
Tudo acontece rapidamente, sem a vítima perceber, e
a prática requer equipamentos facilmente adquiridos na internet, por um preço
relativamente baixo.
"Estou certo de que esse é apenas o início de
algo que vai se tornar muito maior no Brasil. A quantidade de veículos
vulneráveis a essa técnica já é grande no País e irá crescer. Hoje é mais fácil
furtar um carro keyless do que um convencional e isso fomenta esse tipo de ação
criminosa", destaca Ricardo Tavares, especialista em segurança
cibernética.
Tavares explica que as chaves presenciais utilizam
um sinal de rádio emitido por meio de pulsos, comunicando-se o tempo inteiro
com sensores instalados no veículo.
Esse sinal contém um código de segurança que deve
ser reconhecido pelo automóvel para liberar a abertura das portas e a partida
do motor.
Segundo o especialista, a tecnologia atualmente
utilizada pelas montadoras tem o mesmo princípio, contudo algumas marcas
acrescentam "camadas" adicionais de segurança e criptografia.
Já de posse do veículo furtado, os criminosos usam
outro dispositivo, chamado de "jammer", para impedir que carros
equipados com rastreador sejam localizados. O equipamento "embaralha"
o sinal de rastreio, explica Rafael Narezzi.
Logo após o furto, os bandidos embaralham o sinal de
rastreio, para que não se tenha registro da rota que foi feita após o crime.
Isso acontece durante breve período. Em seguida,
eles costumam abandonar o carro em um local público, mas sem muito movimento, e
esperam para ver se ninguém vai buscá-lo.
Existe uma solução relativamente simples e barata
para se prevenir de ataques do tipo. É possível comprar na internet uma espécie
de estojo no qual você coloca a chave do veículo dentro. Ele bloqueia o sinal
de rádio emitido pela chave, impedindo que hackers 'roubem' o código.
Outra solução, ainda mais acessível, é embrulhar a
chave com papel alumínio, destaca Ricardo Tavares.

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