Fonte: Agência
Brasil
A Polícia Federal (PF) cumpriu, na manhã desta
quinta-feira (5), 41 mandados de busca e apreensão em cinco estados
brasileiros, como parte da Operação Dantraz, de combate a uma organização
criminosa especializada no tráfico internacional de drogas. Além dos mandados,
foram decretadas ordens judiciais de sequestro de bens adquiridos pelos
investigados e o bloqueio de contas bancárias.
Em São Paulo foram 19 mandados, sendo três na
capital paulista, 14 no Guarujá e dois na Praia Grande, ambas na Baixada Santista.
Os outros estados envolvidos foram Ceará (8 mandados), Paraná (5), Rio Grande
do Norte (4) e Santa Catarina (3). Quinze suspeitos de envolvimento foram
presos e seis diligências estão em andamento para localizar outros alvos.
De acordo com a PF, durante as investigações
começaram em abril de 2022, com a interceptação de um barco pesqueiro
brasileiro na costa africana carregado com 5,4 toneladas de cocaína.
Em outra apreensão no âmbito Operação Dantraz, uma
embarcação pesqueira que partiu de Fortaleza foi abordada em alto mar com 1,2
tonelada, totalizando 6,6 toneladas.
“No primeiro pesqueiro havia sete tripulantes, cinco
brasileiros e dois montenegrinos, que foram presos em flagrante. No segundo
eram seis tripulantes, todos brasileiros, que foram presos em flagrante”,
informou a PF.
Segundo a PF, esta é a primeira ação da Força
Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) no estado de São Paulo. A
iniciativa tem o objetivo de integrar as forças de segurança federais,
estaduais e municipais no combate ao crime organizado. A Operação Dantraz
contou com a cooperação de autoridades de Cabo Verde, Estados Unidos da América
e Inglaterra.
De acordo com o delegado Alexandre Custódio Neto, a
organização é especializada na logística marítima do tráfico de drogas. A
atuação do grupo foi identificada primeiro em Santa Catarina, São Paulo e
Ceará: “os principais traficantes do grupo atuam como intermediários exatamente
nessa logística da droga que vem dos países produtores e depois vão para
destinos finais, principalmente nos continentes africano e europeu.”
Uma das embarcações saiu de Santa Catarina e foi
levada ao Ceará, onde foi carregada com a cocaína, que foi apreendida em Cabo
Verde em abril de 2022. O barco foi carregado com a ajuda de uma lancha, que
leva o produto até a embarcação para onde o material é içado. O outro pesqueiro
também foi comprado em Santa Catarina e levado para o Ceará.
“Os coordenadores da logística terceirizam a mão de
obra operacional. Um dos nossos alvos foi um bairro do Guarujá denominado Santa
Cruz dos Navegantes, conhecido como Pouca Farinha, onde encontramos essas
equipes. Eles contrataram esse pessoal que é especializado nesses içamentos na
área portuária de Santos para ir até o Ceará e fazer esse transbordo para o
barco”, explicou.
Segundo ele, também há equipes especializadas nesse
serviço contratadas pelo grupo em outros estados, como no RN, por exemplo, o
que demonstra o dinamismo do crime organizado.
“Eles realmente são uma estrutura empresarial. Hoje
não enxergamos mais as organizações criminosas tradicionais de algum tempo
atrás que eram sempre os mesmos indivíduos, trabalhando sempre em conjunto.
Percebemos que são grupos criminosos que se unem para fazer determinados
trabalhos. E as parcerias vão se modificando conforme os interesses econômicos,
custo da logística e tudo mais”, analisou.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico
transnacional de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro, e, se
condenados, as penas podem chegar a 40 anos de prisão.

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