A Câmara Municipal
de Natal (CMN)
aprovou nesta quarta-feira (31) o projeto de lei chamado de "Voucher
da Educação", que cria vagas na rede privada de ensino, custeadas pela
prefeitura de Natal, para crianças que não conseguirem vagas na rede pública.
O objetivo do projeto é
diminuir o déficit na educação infantil, acabando com os sorteios e as filas
por vagas nas matrículas das crianças. Neste ano, cerca de 1,7 mil crianças não
conseguiram vagas nas creches da capital.
Com a aprovação dos
vereadores, o projeto vai para sanção ou veto do prefeito Álvaro Dias
(PSDB). O custo da operação desse projeto seria do orçamento da Secretaria
Municipal de Educação (SME).
A criação de vagas na rede
privada deve ocorrer sempre que a oferta na rede municipal de ensino for
insuficiente.
"A prefeitura poderá
fazer convênios com escolas pequenas, de bairros, e assim fazer com que cada
criança de Natal esteja dentro da escola, porque lugar de criança é dentro da
escola", disse o vereador Klaus Araújo (sem partido), autor do projeto.
O projeto teve apenas um
voto contrário na Câmara, o do vereador Robério Paulinho (PSOL). O parlamentar
explicou que, ao invés de pagar por vagas na rede particular, o Município
deveria concluir as construções dos Centros Municipais de Educação Infantil
(CMEIs) que estão próximas de ser finalizadas.
"No Guarapes tem um
CMEI 95% pronto. Então, ao invés de fazer Voucher da Educação, que é um
processo de início de privatização, nós temos que aumentar as vagas nas escolas
públicas. Por isso eu votei contra e argumentei com os vereadores. Perdi, fui
minoria, mas eu acho que saída não é essa", disse o vereador.
O projeto foi aprovado com
emendas da vereadora Brisa Bracchi (PT), após debates em primeira e segunda
discussão.
Dados do E-Cidades,
disponibilizados pela SME, apontam que Natal tem 6.754 crianças matriculadas na
etapa da creche e um déficit exato de 1.707. Na etapa da pré-escola são 9.965
estudantes e não há déficit, segundo o SME.
Somando também os dados do
ensino fundamental, são 56.291 estudantes matriculados na rede pública de
Natal.
"Nós esperamos ter
condições de inibir de uma forma temporária essa demanda reprimida e ascendente
de evasão escolar. Lógico que o ideal era ter prédios próprios, mas entre ter
recursos, disponibilidade, execução de obra, isso leva muito tempo. Então temos
que ter a prudência que, de imediato, o mais importante agora é resolver o
problema", acredita o vereador Raniere Barbosa (Avante).
O projeto determina ainda
que as escolas que desejem participar deverão se cadastrar na SME, informando
sobre a disponibilidade de vagas, demonstrar capacidade de ministrar suporte
pedagógico e se comprometerem a não cobrar taxa de qualquer natureza aos alunos,
bem como garantir que eles vão receber o mesmo tratamento dos demais
matriculados.

Nenhum comentário:
Postar um comentário