Professores da rede estadual de ensino decidiram
nesta terça-feira (4), durante assembleia na Escola Estadual Winston Churchill,
em Natal, manter a greve iniciada em 7 de março. A categoria insiste em cobrar
do Governo do Estado o pagamento integral do reajuste salarial de 14,95% ao
qual tem direito, enquanto a gestão da governadora Fátima Bezerra (PT) propõe
pagar o aumento de maneira parcelada.
Além de decidir manter a paralisação, a direção do
Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte-RN) cobrou mais adesão dos
professores à greve. Um ato foi agendado para a próxima terça-feira (11), a
partir das 14h, nas imediações do shopping Midway Mall, no cruzamento das
avenidas Salgado Filho e Nevaldo Rocha. Na quarta (12), haverá uma nova
assembleia.
Pelas redes sociais, a professora Fátima Cardoso,
coordenadora-geral do Sinte-RN, reclamou que a adesão ao movimento está baixa.
Segundo ela, a participação dos professores não chega a 45% da categoria. “A
greve precisa ser forte”, afirmou Fátima.
Durante a assembleia, a categoria aprovou, ainda,
uma contraproposta que será apresentada ao Governo do Estado para implantação
do reajuste. A proposta da categoria é que a primeira parcela do aumento, de
7,21%, seja paga em abril, e as outras duas parcelas (de 3,61% e 3,49%) sejam
quitadas em agosto e setembro. Além disso, o Sinte-RN exige que o retroativo a
janeiro seja pago ainda dentro de 2023.
Apelo de secretária
Mais cedo, em entrevista ao canal Saiba Mais no
YouTube, a secretária de Educação, Socorro Batista, havia feito um apelo para
que os professores grevistas voltassem ao trabalho. Ela afirmou que a última
proposta do governo – de pagamento do reajuste em três parcelas – é o máximo
que pode ser oferecido aos professores.
“Essa última proposta faz parte de todo o esforço do
governo. É preciso entender que educação não é só salário. Desejo nós temos,
vontade nós temos. Mas o que a gente recebe do Fundeb já representa 82% da
folha da educação. A gente fica com 17%, 18% para investimento e dependendo
muito da fonte 100, do Tesouro Estadual. Temos inúmeros compromissos para
honrar com a escola pública, para melhorar a escola pública do Rio Grande do
Norte”, destacou Socorro Batista.
A secretária de Educação declarou que, se a
reivindicação dos professores grevistas for atendida, as contas do Estado podem
“estrangular”.
O governo propõe pagar o reajuste de maneira
fracionada ao longo de 2023. A primeira parcela, de 7,21%, seria paga em maio;
depois 3,61% em novembro; e 3,49% em dezembro. O aumento integral só seria pago
em abril para quem ganha abaixo do novo piso (R$ 4.420,55), de modo que o
reajuste equipare o salário a este valor, para que ninguém receba menos que
isso.
Quanto ao retroativo, a proposta segue sendo pagar
em oito parcelas ao longo de 2024. Os professores da rede estadual cobram
reajuste salarial integral de 14,95%.

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