Blog do BG
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN)
obteve mais uma condenação de advogada que integrava uma facção criminosa que
atua dentro e fora de presídios potiguares. Wanessa Jesus Ferreira de Morais
foi condenada a 3 anos e 6 meses de reclusão pelo crime de organização
criminosa. Além dele, um preso com quem ela trocou mensagens para cometimento
de crimes também foi condenado. Carlos Alessandro Teixeira Feliciano recebeu
nova pena de 5 anos, 9 meses e 5 dias de reclusão.
Wanessa Jesus Morais foi alvo da operação Carteiras,
deflagrada pelo MPRN em 8 de junho de 2022. A investigação apontou que a
advogada exercia a função de “gravata” dentro da facção criminosa, o que não se
aproxima nem de perto ao nobre exercício da advocacia, que é atividade lícita e
revestida de prerrogativas constitucionais.
A advogada foi investigada pelo MPRN no período
entre janeiro de 2021 e junho de 2022. Em 12 de julho de 2021, na penitenciária
estadual Rogério Coutinho, Wanessa Jesus foi flagrada trocando ‘catataus’
(bilhetes) com Carlos Alessandro. No bilhete apreendido, o detento repassava
ordens para os faccionados libertos de sua ‘quebrada’ (local onde domina).
Carteiras
A operação Carteiras cumpriu seis mandados de prisão
preventiva e outros quatro, de busca e apreensão, nas cidades de Natal,
Parnamirim, Extremoz, Nísia Floresta. Os mandados foram cumpridos nas
residências dos advogados, em um escritório de advocacia e ainda nas penitenciárias
estaduais de Alcaçuz e Rogério Coutinho Madruga.
A ação teve o apoio da Polícia Militar e da Polícia
Penal. Ao todo, cinco promotores de Justiça, 11 servidores do MPRN, 20
policiais militares e quatro policiais penais participaram do cumprimento dos mandados.
Outras condenações
No início deste mês, o MPRN obteve condenação de uma
outra advogada presa na operação Carteiras. Mona Lisa Amélia Albuquerque de
Lima teve a pena fixada em quatro anos, nove meses e cinco dias de reclusão e
16 dias-multa, considerando o dia multa equivalente a 1/30 do salário-mínimo em
vigor ao tempo do fato. Ela deverá inicialmente cumprir a pena de reclusão em
regime semiaberto.
Além dela, os internos Orlando Vasco dos Santos e
Erasmo Carlos da Silva Fernandes também receberam condenações. Os três trocavam
mensagens através de bilhetes e conversas pessoais, estabelecendo a comunicação
dos chefes da organização criminosa com outros integrantes que estão nas ruas.
Na semana passada, um outro advogado também foi
condenado após denúncia do MPRN. Jailson Bezerra de Andrade foi preso por
transmitir bilhetes e “salves” entre integrantes de uma facção criminosa que
atua dentro e fora de unidades prisionais do Estado. O advogado foi condenado
pelo crime de organização criminosa armada à pena de 4 anos, 9 meses e 5 dias
de reclusão e ainda multa.
A pena deverá ser inicialmente cumprida em regime
semiaberto, em prisão domiciliar, com o uso tornozeleira eletrônica. Jailson
Bezerra de Andrade está proibido de manter contato com os demais acusados nas
ações penais da operação Carteiras; não pode usar o WhatsApp ou qualquer outro
aplicativo de mensagem instantânea; e também está proibido utilizar aparelhos
eletrônicos (ex. celular, notebook, tablet), a fim de evitar que mantenha
contato com os demais integrantes da organização criminosa Sindicato do Crime
do RN.




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